Agência nacional de rating vai operar ainda este ano

Ideia de criar agência nacional surgiu após Moody’s e Standard & Poor's rebaixarem a classificação do país

Ideia de criar agência nacional surgiu após Moody’s e Standard & Poor's rebaixarem a classificação do país

Photoxpress
Projeto abandonado em junho foi anunciado novamente por Ministério do Desenvolvimento Econômico. Com classificações paralelas às das grandes agências internacionais, estrutura pode beneficiar pequenas empresas no país.

O ministro do Desenvolvimento Econômico russo Aleksêi Uliukaiev anunciou que, até o final de 2015, o país terá uma agência nacional de classificação de risco. O capital social da agência, estimado em US$ 47,48 milhões, será distribuído igualmente entre os investidores.

“O mais importante agora é garantir o capital da agência. Quanto maior o capital, maior a responsabilidade da agência e maior o peso de suas classificações”, disse o ministro.

Fundada por grandes bancos e corporações nacionais, e com apoio do Banco Central da Rússia, a estrutura já teria atraído o interesse de várias instituições financeiras. “Cada fundador da agência receberá até 5% do seu capital.”

O órgão será chefiado pela primeira vice-presidente do Gazprombank, Ekaterina Trofímova, que trabalhou por mais de uma década na agência de classificação de risco internacional Standard & Poors com foco em países em desenvolvimento.

Proposto no início do ano, o projeto de criar um instituto nacional foi temporariamente abandonado em junho, quando o vice-premiê russo Ígor Chuvalov anunciou que o país iria desenvolver uma cooperação com a agência chinesa Dagong Global Credit Rating.

3 contra 1

A ideia de criar uma agência nacional foi aventada após as internacionais Moody’s e Standard & Poor's rebaixarem a classificação do país em meio ao agravamento da situação geopolítica.

Em janeiro, a Standard & Poors rebaixou o rating soberano da Rússia de BBB- para BB+, abaixo do grau de investimento. No mês seguinte, foi a vez da Moody's enquadrar a nota de crédito do país no grau especulativo. A Fitch mantém o rating da Rússia em BBB-.

“Sou cético sobre a ideia de criar uma instituição desse tipo, porque não consigo entender os objetivos da nova agência”, diz o analista da empresa de investimentos UFS IC, Iliá Balákirev.

O principal ativo das agências internacionais de classificação de risco é, segundo os especialistas, a reputação conquistada ao longo de décadas.

“A liderança das três agências norte-americanas no mercado global de classificação se deve à qualidade de suas previsões, provada historicamente”, diz o analista da holding de investimentos Finam, Anton Soroko.

Em longo prazo, porém, o desenvolvimento de uma agência alternativa pode ser útil para outros países além da Rússia. Para isso, a instituição deve servir como uma ferramenta que facilite o acesso de pequenas empresas aos mercados de crédito, segundo Balákirev.

 

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