Atentado ou explosão no motor são principais hipóteses

Distância entre destroços sugere que avião explodiu a grande altitude

Distância entre destroços sugere que avião explodiu a grande altitude

AFP/East News
Enquanto autoridades egípcias e russas sugerem cautela com teses sobre queda de avião, Reino Unido e Estados Unidos reforçam que uma bomba pode ter causado o desastre. Versões não são confirmadas por investigadores.

Quase uma semana depois, duas hipóteses despontam – tanto entre autoridades, como na mídia internacional – como as mais prováveis para explicar o acidente com o Airbus A321 da companhia aérea russa Kogalimavia (conhecida como MetroJet): atentado terrorista a bordo ou explosão no motor.

Ambas as teorias se baseiam no fato de a tripulação não ter reportado qualquer problema nem enviado um sinal de emergência ao controle de tráfego aéreo. Além do mais, os destroços do avião, espalhados em uma área de quase 20 km², indicariam que a aeronave se desintegrou a grande altitude.

Apesar de a comissão técnica ainda não ter apresentado os resultados de suas investigações e se abster de divulgar suposições sobre o caso, as autoridades do Reino Unido afirmaram se tratar de um provável atentado terrorista a bordo. A mesma versão foi apoiada por autoridades dos Estados Unidos.

Rússia e Egito pediram na quinta-feira (5) cautela com teses sobre as causas da queda do avião. O porta-voz do Kremlin, Dmítri Peskov, disse a jornalistas que os investigadores permanecem trabalhando no caso e que qualquer teoria sobre o acidente é “especulação”.

Também na quinta, o diretor da Rosaviátsia (agência de avião civil russa), Aleksandr Neradko declarou que um grupo de peritos criminais iria analisar a possibilidade de um atentado terrorista dentro do avião.

Sob recomendação do Serviço Federal de Segurança da Rússia, as conexões diretas entre os países foram suspensas nesta sexta-feira (6) até que as causas do acidente sejam identificadas. O presidente Vladímir Pútin instruiu o governo a estabelecer medidas para garantir o retorno de cidadãos russos.

Versão 1: Atentado terrorista

Na noite de quarta-feira (4), o secretário inglês de Relações Exteriores, Philip Hammond, declarou que existe uma “forte probabilidade” de que o acidente com o Airbus A321  tenha sido provocado por um artefato explosivo e reforçou que o grupo Província do Sinai, leal ao Estado Islâmico, teria reivindicado autoria pelo atentado.

“Olhamos todas as informações, incluindo a reivindicação (...) e concluímos que há uma possibilidade significativa”, disse Hammond à rede de TV Sky.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também afirmou que a hipótese de uma bomba ter provocado o desastre era “cada vez mais provável”.

Os voos que partem de Sharm el-Sheikh com destino ao Reino Unido, que haviam sido cancelados como “medida de segurança”, foram reiniciados nesta sexta-feira (6), com severas restrições de bagagem aos passageiros.

O canal norte-americano CNN e a agência Associated Press também informaram esta semana que os serviços especiais do país haviam interceptado conversações entre os militantes do EI. De acordo com fontes anônimas ligadas ao serviço de inteligência dos EUA, supõe-se também que um artefato explosivo teria sido responsável pelo incidente no Sinai.

O porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, John Kirby, disse, porém que evitará comentar o acidente aéreo até que as investigações sejam concluídas.

Versão 2: Explosão no motor

O Egito, que trabalha em cooperação com a Rússia nas investigações, reitera que a equipe local ainda não possui quaisquer dados ou provas para apoiar a hipótese de atentado terrorista, segundo o ministro da Aviação Civil egípcio, Hossam Kamal.

O jornal egípcio “Al-Masri Al-Youm” publicou na quarta-feira (4) que uma falha seguida por explosão no motor poderia ter causado o acidente, citando informações obtidas dos controladores de voo.

O Ministério dos Transportes russo confirmou o recebimento dos primeiros dados das caixas pretas do avião, mas não deu detalhes sobre o conteúdo.

Segundo apuração da agência Interfax, a tripulação não teria conhecimento da existência de qualquer problema técnico até o momento do acidente. Quatro minutos antes de o avião ter desaparecido dos radares, a situação a bordo permanecia normal, e a tripulação mantinha o contato habitual com os controladores de voo, divulgou a agência.

Porém, “o momento do desaparecimento do avião das telas dos radares é precedido pelo registro de sons que não são característicos de um voo padrão”, disse uma fonte não identificada à Interfax.

 

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