Almirante Kuznetsov entra em operação na Síria; assista a vídeos

Caça Su-33 decola a partir do porta-aviões Almirante Kuznetsov

Caça Su-33 decola a partir do porta-aviões Almirante Kuznetsov

RIA Nôvosti
Porta-aviões e novas armas russas estão sendo testadas, pela primeira vez, contra terroristas que tentam acessar Aleppo. Além de conter avanço de grupos extremistas, Rússia tem por objetivo promover sistemas bélicos no mercado estrangeiro, segundo especialistas.

O porta-aviões russo Almirante Kuznetsov e o grupo de ataque aéreo baseado nele deram início a operações antiterroristas na Síria na última terça-feira (15).

Além de caças MiG-29K, a luta contra os militantes do Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nusra conta com sistemas de mísseis de defesa Bastion e a fragata Almirante Grigorôvitch.

O principal objetivo do grupo de ataque aéreo é, junto com os navios da Frota do Mar Negro russa, da aviação estratégica de longo alcance e dos aviões da base aérea de Hmeimim, lançar mísseis contra os grupos de terroristas que tentam adentrar Aleppo.

O uso de veículos aéreos não tripulados e unidades de inteligência eletrônica também foi intensificado, e o agrupamento espacial orbital vem sendo aproveitado na coleta de dados.

Fonte: YouTube/Ministério da Defesa da Rússia

Primeiros alvos

Segundo o ministro da Defesa russo, Serguêi Choigu, os alvos dos primeiros ataques foram áreas com grande concentração de terroristas, bem como centros de treinamento, depósitos de munições e fábricas para a produção de armas de destruição em massa.

“Enviamos à Síria um grande grupo de integrantes de nossas tropas de defesa contra guerra radiológica, química e bacteriológica para a identificação de substâncias tóxicas utilizadas pelos terroristas”, disse Choigu sobre os ataques perpetrados recentemente em Aleppo.

“Durante a última semana, eles [terroristas] usaram esse tipo de agentes duas vezes – em um caso, 27 pessoas foram hospitalizadas e houve três mortes; no outro, 30 pessoas foram hospitalizadas, isto é, refiro-me a soldados do Exército sírio”, acrescentou o ministro.

De acordo com um comunicado da pasta da Defesa russa, foram encontradas evidências da utilização de armas químicas contra civis e soldados sírios nos bairros no sudoeste de Aleppo.

A liderança russa está se preparando para apresentar essas provas na reunião da Organização para a Proibição de Armas Químicas da ONU. Os peritos da organização foram, inclusive, convidados a examinar as evidências diretamente em Aleppo.

Armas em teste

Na véspera da operação, a Rússia utilizou novamente os mísseis de cruzeiro Kalibr, que já haviam comprovado sua potência na campanha da Síria.

Fonte: YouTube/Ministério da Defesa da Rússia

Seus mísseis são capazes de atravessar os sistemas de defesa antiaérea do inimigo em altitude baixa e contornar todo o relevo da área ao longo da qual elas se dirigem para o alvo.  O peso da ogiva do míssil é de 500 kg, e o alvo pode ser atingido a uma distância de até 1.500 km.

Ainda segundo Choigu, os sistemas de mísseis costeiros Bastion com mísseis da classe Onyx também foram utilizados em combate pela primeira vez.

“As ações na Síria funcionam também como testes para nossas armas. A partir dessas operações, são introduzidos ajustes nos termos de referência para os desenvolvedores, e, quando há erros, os armamentos em operação são modernizados”, disse à Gazeta Russa o editor-chefe da revista “Arsenal Otetchestva” (Arsenal da Pátria), Víktor Murakhovski.

Fonte: YouTube/Canal de TV Zvezda

Segundo o especialista militar, a primeira utilização em combate dos sistemas Bastion seria ainda uma tentativa de promover esses sistemas no mercado estrangeiro. 

“Ao contrário dos norte-americanos, não realizamos operações de combate constantes no exterior. Até recentemente, não podíamos fornecer estatísticas sobre o uso em combate e a eficácia dos armamentos aos potenciais compradores, o que tínhamos era baseado somente em testes realizados nos polígonos e em conclusões próprias. Agora, temos dados reais documentados por meio de fotos e vídeos”, acrescentou Murakhovski.

Diálogo com Washington

A ofensiva do grupo de ataque aéreo do porta-aviões Almirante Kuznetsov aconteceu uma semana após sua chegada à Síria e no dia seguinte à conversa telefônica entre o chefe de Estado da Rússia, Vladímir Pútin, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

“Estávamos esperando as eleições americanas terminarem e ficamos sem agir por quase um mês: corredores humanitários, moratória em relação aos ataques, etc. É bem provável que possamos coordenar nossas ações com Washington para sair da crise em nossas relações”, sugere Dmítri Safonov, colunista militar do jornal “Izvêstia”.

Gostaria de receber as principais notícias sobre a Rússia em seu e-mail?
Clique aqui para assinar nossa newsletter.

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies