Governo amplia restrições em nova onda de privatizações

Estado não deve perder controle sobre empresas estratégicas, reforçou Pútin em reunião no Kremlin

Estado não deve perder controle sobre empresas estratégicas, reforçou Pútin em reunião no Kremlin

Aleksêi Nikolski/TASS
Bancos estatais não poderão conceder empréstimos para compra de ações. Por outro lado, possível levantamento de sanções deve favorecer acesso a crédito internacional.

O presidente russo Vladímir Pútin assumiu pessoalmente o controle sobre a nova onda de privatizações anunciada para este ano e adiantou que os interessados em comprar ações do Estado deverão estar sob a jurisdição russa e pagar os ativos com recursos próprios ou fundos de crédito, sem recorrer a empréstimos de bancos estatais.

Em reunião sobre o plano de privatizações, no Kremlin, o presidente acrescentou que o Estado não deve perder o controle sobre as empresas estratégicas, como é o caso do maior banco russo, o Sberbank.

A iniciativa, cujo objetivo é aumentar a arrecadação em meio à crise financeira que assola o país, estaria sendo restringida para “impedir uma privatização generalizada”, diz o economista e membro do Conselho Científico para Assuntos Internacionais, Vladislav Inozemtsev.

Apesar de as restrições diminuírem o número de potenciais investidores, já que essas transações costumam envolver a participação de bancos estatais, o possível levantamento das sanções norte-americanas e europeias poderá reverter esse quadro, acreditam os economistas.

“Quando as empresas estiverem se preparando para as privatizações, as sanções poderão ser suspensas. Isso significa que os possíveis compradores russos terão acesso a empréstimos no exterior, o que facilitará a venda”, sugere Valéri Mironov, da Escola Superior de Economia.

De acordo com o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, a venda de participações estatais permitirá arrecadar mais de US$ 12,5 bilhões em dois anos. Só o pacote de ações da maior petrolífera russa, a Rosneft, é estimado em aproximadamente US$ 6,5 bilhões.

A expectativa dos economistas é que o governo priorize a venda de ações das maiores petrolíferas e empresas de transporte do país, entre elas a Russian Railways, o produtor de diamantes Alrosa, a petrolífera Bashneft, o banco VTB e a companhia aérea Aeroflot.

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies