Projetos de energia limpa do Brics têm déficit de US$ 51 bilhões ao ano

Apesar do aumento da capacidade da energia eólica em 2016 para 140 gigawatts, os investimentos nessa tecnologia caíram 29%. (Reuters)

Apesar do aumento da capacidade da energia eólica em 2016 para 140 gigawatts, os investimentos nessa tecnologia caíram 29%. (Reuters)

Transição de países do grupo para fontes renováveis não é realizável com financiamento atual.

Em meados de outubro, durante a 8ª cúpula do Brics em Goa, o grupo decidiu aumentar a produção e utilização de energia renovável por seus membros. Mas suas indústrias precisariam de ao menos US$ 51 bilhões adicionais por ano para alcançar esse objetivo, de acordo com a pesquisa do Instituto de Economia Energética e Análise Financeira (IEEFA na sigla, em inglês).

Entre 2020 e 2030, os países do Brics deverão produzir 1,25 mil gigawatts de energia limpa ao ano, a um custo de US$ 975 bilhões.

A China deverá receber a maior parte dos investimentos (US$ 622 bilhões); a Índia, US$ 157 bilhões; e o Brasil, US$ 120 bilhões.

Em 2015, junto a outro países da América Latina, os membros do Brics entraram para o top-10 dos países com o maior volume de investimentos em energia renovável e receberam quase 40% de todos investimentos mundiais no setor.

Para alcançar o objetivo anunciado em Goa, cada país do Brics deverá investir em energia renovável US$ 177 bilhões por ano, de acordo com pesquisadores. Mas os valores reais investidos são muito inferiores.

A China investe cerca de US$ 102,9 bilhões por ano em economia hipocarbônica, enquanto os outro quatro países do grupo não dispensam mais de US$ 23 bilhões por ano ao setor.

Além disso, Pequim enfrenta dificuldades com a regulamentação e a distribuição de energia limpa, o que arrefece o entusiasmo dos investidores.

Assim, apesar do aumento da capacidade da energia eólica em 2016 para 140 gigawatts, os investimentos nessa tecnologia caíram 29%. Além disso, uma queda significativa nos preços da energia solar e da eólica poderá ajudar a China a atingir seus objetivos a um custo menor.

Na Rússia, de acordo com o estudo, a economia foi afetada pelas sanções da União Europeia e dos EUA e pelos baixos preços do petróleo e do gás, o que levou à diminuição do interesse dos investidores por energia limpa.

A Rússia não poderá elevar o consumo de energia renovável para 4,5% até 2020, e já declarou que pretende estender o prazo para atingir a meta em quatro anos.

Para resolver a situação, os países devem desenvolver um  programa de financiamento misto público-privado de projetos de energia limpa, de acordo com os pesquisadores do IEEFA.

Com a agência de notícias Tass

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