Em reunião, Brics defendem criação de empregos formais

Evento em Ufá, nos Urais, reuniu ministros e representantes do setor trabalhista

Evento em Ufá, nos Urais, reuniu ministros e representantes do setor trabalhista

brics2015.ru
Países-membros definem medidas para conter previsão da Organização Internacional do Trabalho, segundo a qual emergentes serão os mais afetados por onda de desemprego.

A necessidade de formalizar o mercado de trabalho nos Brics ( Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) foi apontada como prioridade pelos ministros do Trabalho dos países do grupo, em reunião nos dias 25 e 26 de janeiro em Ufá, nos Urais.

“A informalidade restringe a nossa produtividade, o potencial de crescimento econômico e os esforços para melhorar o bem-estar do nosso povo. Estratégias para facilitar a transição para a formalidade incluem incentivo aos empregadores e apoio aos trabalhadores que procuram emprego na economia formal, além de reforçar a fiscalização”, lê-se no documento assinado ao término do evento.

O encontro foi realizado poucos dias após a publicação de um relatório da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que prevê um aumento no número de desempregados nas economias emergentes e em desenvolvimento, incluindo todos os países do Brics e os grandes produtores de petróleo.

Para minimizar os aspectos positivos do cenário previsto pela organização, os ministros do bloco discutiram a necessidade de modernizar empresas, desenvolver padrões e qualificações profissionais, estimular a formação profissional e proporcionar segurança social a todos os trabalhadores e desempregados.

“Estamos trabalhando para ter o maior número de pessoas cobertas por algum seguro. Também estamos tentando incentivar as pessoas a trabalhar legalmente a fim de ter seus direitos garantidos”, disse o ministro russo do Trabalho, Maksim Topílin.

Cerca de 20% da população economicamente ativa na Rússia trabalha ilegalmente, segundo o presidente da Federação Russa de Sindicatos Independentes, Mikhail Chmakov, “o que impede o desenvolvimento econômico nacional” e impacta a arrecadação federal.

Os ministros se comprometeram ainda a comparar os seus indicadores de mercado por meio do trabalho conjunto entre os serviços de estatísticas dos países-membros do Brics. Também foi aprovada a iniciativa russa de criar um site para trocar informações sobre questões sociais e trabalhistas.

A próxima reunião entre ministros do Trabalho do Brics acontecerá na Índia.

Emergentes em crise

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, que também participou da reunião em Ufá, descreveu o encontro entre ministros do Trabalho do Brics como “uma enorme oportunidade para enfrentar os desafios comuns”.

“Crescimento não é tudo, não pode garantir trabalho digno, inclusão ou equidade”, disse Ryder durante a reunião.

De acordo com o relatório anual “World Employment and Social Outlook”, publicado em 19 de janeiro, o número total de desempregados no mundo atingirá, pela primeira vez, a marca de 200 milhões em 2017, contra os 199,4 milhões previstos para 2016.

No caso do Brasil, a taxa de desemprego, de 7,2% em 2015, deverá subir para 7,7% em 2016 e passar para 7,6% em 2017. Já na Rússia, está previsto um aumento dos atuais 5,8% para 6,3% em 2016, com nova queda de 0,2% em 2017.

“O ambiente econômico instável, associado a fluxos de capital voláteis, a mercados financeiros ainda disfuncionais e à escassez de demanda global continuam a afetar as empresas e a desencorajar o investimento e a criação de empregos”, explica Raymond Torres, diretor do Departamento de Pesquisa da OIT.

Segundo a organização, as taxas de desemprego também permanecerão superiores ao nível pré-crise em toda a Europa, com exceções do Reino Unido e da Alemanha.

 

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