De fortaleza do tsar a destino de férias de Paris Hilton

Monumento a Salavat Iuláiev, líder de revolta camponesa, é principal símbolo da cidade. Foto: Oleg Menkov

Monumento a Salavat Iuláiev, líder de revolta camponesa, é principal símbolo da cidade. Foto: Oleg Menkov

Na Rússia central, capital da Bachquíria foi construída a mando de Ivan, o Terrível, e encanta por beleza, diversidade e receptividade.

Em visita a Ufá, a celebridade Paris Hilton se referiu à cidade como “um lugar lindo” e um destino de férias maravilhoso. Embora nem todos os que visitem a capital da Bachquíria sintam sua vibração logo de cara, tem muita coisa para se ver e fazer nessa agradável capital regional de mais de um milhão de habitantes.

Antes um povo seminômade, cujas influências culturais resultam tanto de sua interação com a Ásia Central, como com Moscou, os bachquírios são de uma hospilidade ímpar.

Sua capital foi fundada em 1574 por ordem de Ivan, o Terrível, para ser uma fortaleza de defesa do sudoeste do Império Russo contra incursões externas. Ela foi um dos principais cenários da rebelião de Pugatchov (1773-1775), revolta camponesa contra o Estado russo fomentada por um ex-tenente do exército descontente.

Assim como seu vizinho mais célebre Tatarstão, a Bachquíria é uma república multiétnica e multirreligiosa. Seu povo coexiste em paz há séculos, enquanto seu horizonte é pontilhado por minaretes e cúpulas douradas de igrejas ortodoxas.

A mesquita mais importante da região é a Lialia-Tiulpan, a 13 km do centro de Ufá, no Parque da Vitória. Concluída em 1998, ela tem minaretes de 53 metros, que estão entre os três mais altos do país. 

A mesquita Lialia-Tiulpan Foto: lori/legion media

Já a igreja ortodoxa russa Rojdestvo-Bogoródistki tem uma torre de 47 metros de altura e se distingue por sua cor azul-bebê. Erguida no final do século 19, chegou a funcionar como hospital até 1934 e, a partir da década de 1950, abrigou um cinema. Em 1991, o terreno foi devolvido à Igreja Ortodoxa Russa, que uniu enormes esforços e a reconstruiu em 15 anos. Hoje, a igreja tem capacidade para receber milhares de fiéis.

Ufá tem um charmoso Gostíni Dvor - como se chamam determinados centros comerciais na Rússia -, localizado na rua Lênin, no centro da cidade. Com arcos clássicos construídos no século 19 e preservados através da era soviética, ele é cercado pelas choperias do parque vizinho, onde a cidade inteira parece se reunir à noite. 

Suvenires e artesanatos podem ser adquiridos nesse centro comercial, assim como na galeria de arte Ufá, na rua da Revolução, 34.

Líder dos camponeses

 O principal símbolo de Ufá e da Bachquíria é o monumento erigido em uma colina com vista sobre o rio Bélaia. Ele retrata Salavat Iuláiev, líder da rebelião de Pugatchov e figura-chave no estímulo da consciência étnica bachquíria. Capturado no final de 1774, Iuláiev foi condenado à prisão perpétua, marcado com ferro quente e enviado, acorrentado ao pai, para Páldiski, na atual Estônia. Morreu no cativeiro no ano de 1800. 

Nos arredores do monumento, fica localizado o Salão de Congressos da Bachquíria, um centro de exposições e negócios com museu, sala de concertos, restaurante bachquírio e um grande shopping center.

O rio Bélaia divide a cidade em dois e segue através da república. Nos finais de semana, é comum ver casais e famílias passeando ou beliscando em um dos muitos cafés ao ar livre, às margens desse rio. Perto do centro da cidade, o Bélaia cruza com o rio Ufá. 

A maioria das embarcações para passeios fluviais parte do Monumento à Amizade, construído para celebrar os 400 anos de união da Bachquíria à Rússia. Seus horários de saída estão disponíveis em: http://v-info.ru/articles1164.html.

Culinária local

  A Bachquíria também é famosa por seu mel, principalmente o branco ou de tília. Um bom local para prová-lo é o Mercado Central, localizado na rua Tsiurupi, 97. Além das opções no piso térreo, pode-se adquirir o produto no restaurante Ashtau, no último andar, que pratica preços módicos.

A cozinha bachquíria também triunfa no “Idel’” (rua Mendeleev, 137) ou qualquer restaurante da rede “Pyshka”, que se espalha por toda a cidade. Para aperitivos, o pub “Watson” fica na mesma rua, número 42. O agito fica por conta do escocês “McHighlander”, na rua Karl Marx, 24/1, onde jovens garçons russos servem os clientes vestindo kilts - o que relembra as raízes escocesas de Ufá, que teve seu primeiro urbanista originário dessa região.

 

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