Kremlin exige US$ 3 bilhões de Kiev em tribunal britânico

Ação foi apresentada após tentativas fracassadas de negociação, segundo Siluanov

Ação foi apresentada após tentativas fracassadas de negociação, segundo Siluanov

Kommersant
Ação será demorada, porém decidida em benefício da Rússia, preveem analistas. Dívida se arrasta desde período anterior à saída de ex-presidente ucraniano Víktor Ianukôvitch.

O governo russo apresentou junto à Suprema Corte do Reino Unido uma ação contra a Ucrânia por uma dívida no valor de US$ 3 bilhões. A informação foi divulgada na quarta-feira (17) pelo ministro das Finanças russo, Anton Siluanov.

“Espero que o processo no tribunal inglês seja aberto e transparente. A ação foi apresentada depois de numerosas tentativas fracassadas de negociar a reestruturação da dívida com a Ucrânia”, disse o ministro.

A dívida, cujos eurobonds venceram em dezembro, se refere à primeira parcela de 3 bilhões emprestada pela Rússia no final de 2013, quando o então presidente ucraniano Víktor Ianukôvitch acertou um pacote de resgate de 15 bilhões com Moscou.

A crise política na Ucrânia, que levou à expulsão de Ianukôvitch em fevereiro de 2014, resultou, porém, na quebra do acordo entre os países e na suspensão de envio dos recursos.

Autoridades de Kiev sugeriram reestruturar a dívida por meio de credores privados, mas a Rússia se negou a discutir essa opção e insistiu no caráter soberano da dívida.

O escritório de advogados Cleary Gottlieb Steen & Hamilton representará os interesses do Kremlin ao longo do processo em Londres.

Longo, mas positivo

Os especialistas afirmam que, embora longo, o processo judicial deverá ser decidido em benefício da Rússia.

“A Ucrânia emitiu os eurobonds [títulos de dívida da zona do euro] sob a legislação inglesa, o que exclui a possibilidade de calote”, explica o analista da holding de investimentos Finam, Timur Nigmatúllin.

“O processo, porém, poderá durar vários anos devido à motivações políticas”, diz.

O jurista Fedor Kozlov também acredita que o veredito será positivo para a Rússia. “Mas Kiev fará de tudo para desacelerar o processo e estudar todas as possibilidades da solução amigável”, alerta Kozlov.

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