Três quartos dos russos não acham que sanções dos EUA e da UE os afetam

Presunto espanhol é um dos itens de importação proibida desde a introdução das contrassanções russas

Presunto espanhol é um dos itens de importação proibida desde a introdução das contrassanções russas

Reuters
Em estudo, 75% dos entrevistados disseram não enfrentar “grandes problemas” ou “problema algum” por causa de medidas proibitivas. Itens importados nunca foram gasto principal de maioria da população nacional, explica especialista.

Três quartos dos russos acreditam que as sanções impostas por EUA e União Europeia contra a Rússia não criaram problema para suas famílias. Os dados foram divulgados pelo instituto independente Centro Levada.

Enquanto 43% dos entrevistados não veem “problemas maiores” em decorrência das medidas, 32% afirmaram não enfrentar “problema algum” por causa das sanções – em uma pesquisa de agosto de 2015, esses índices eram de 53% e 14%, respectivamente.

Também de acordo com o recente levantamento, 40% dos entrevistados avaliam as sanções como “mais prejudiciais” para os países que as impuseram do que para a própria Rússia, e 35% acham que as restrições são igualmente negativas para ambos os lados. A porcentagem daqueles que enxergam maiores danos à Rússia foi de apenas 12%.

O estudo do Levada revelou ainda que mais de metade dos cidadãos russos (65%) têm uma atitude “positiva” ou “relativamente positiva” quantos às restrições impostas por Moscou sobre as importações de alimentos em resposta às sanções ocidentais.

Paralelamente, 21% dos respondentes mostraram atitude “negativa” ou “relativamente negativa” ao avaliar as contrassanções russas.

O número de pessoas que apoiam e se opõem às medidas do Kremlin permanece, em geral, semelhante aos dados de agosto de 2015.

O levantamento do Centro Levada foi realizado entre os dias 21 e 24 abril. Foram entrevistadas 1.600 pessoas de 137 centros urbanos na Rússia.

O porquê do otimismo

Em março passado, um estudo do Centro de Pesquisa da Opinião Pública Russo (VTsIOM) revelou que 35% da população nacional acreditava que as sanções ocidentais haviam funcionado a favor de Moscou. Nos últimos dois anos, o número dos “otimistas” em relação às sanções duplicou.

A política de sanções continua não afetando a maioria dos russos, mas há um certo cansaço acerca do assunto, afirma Marina Krasilnikova, chefe do departamento para estudo de rendimentos e consumo do Centro Levada.

“As pessoas acreditam que a política de sanções não cria problemas maiores para o país ou em seu cotidiano porque, na realidade, a compra de bens importados nunca foi a principal despesa da maioria da população. E isso inclui iguarias, tais como queijos e linguiças importadas”, explicou Krasilnikova ao jornal RBC.

Além disso, segundo a pesquisadora, grande parte dos entrevistados não é capaz de enxergar as conexões entre a política de sanções e a crise econômica.

Países da União Europeia, Estados Unidos, Austrália, Canadá e Noruega introduziram medidas restritivas contra a Rússia em 2014, devido à participação russa na crise da Ucrânia e à reintegração da Crimeia ao território russo. Em retaliação, Moscou proibiu as exportações de alimentos dos países que apoiam as medidas antirrussas.

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