89% dos russos consideram corrupção “inadmissível”

No último domingo (26), diversas cidades russas foram palco de protestos contra a corrupção.

No último domingo (26), diversas cidades russas foram palco de protestos contra a corrupção.

AP
Presidente Vladímir Pútin passou a ser menos apontado como culpado por cidadãos, segundo estudo.

Um novo estudo divulgado pelo Centro Levada de pesquisas de opinião pública na Rússia mostra que 89% dos respondentes considera “inadmissível” órgãos e institos do governo corruptos.

Além disso, a maior parte dos russos considera que órgãos do governo sejam totalmente ou em grande parte corrompidos, e que a responsabilidade por isso é, em iguais proporções, dos que oferecem e dos que recebem propinas.

Presidente sem culpa

“Notamos que, apesar de não muito, aumentou a quantidade de russos que acreditam que o governo do país é corrupto de cima abaixo”, disse à Gazeta Russa o sociólogo Denís Vôlkov, do Centro Levada.

“E as grandes campanhas anticorrupção contra governadores, quando todos os canais de TV federais transmitem imagens de maços de dinheiro sobre mesas, funcionam mais para reforçar a ideia de que tudo está podre no sistema do que na ideia de que há um verdadeiro combate à corrupção”, completa.

Segundo ele, nos “focus-groups” organizados pelo instituto, as pessoas ainda recordam de um grande escândalo de corrupção em 2012 que levou à demissão do ministro da Defesa Anatóli Serdiukov.

“Porque, inicialmente, o caso foi amplamente divulgado na TV como vingança, depois pegaram e soltaram o principal acusado. As pessoas foram muito afetadas por isso”, lembra Vôlkov.

Então, o ocorrido teve uma péssima repercussão, com rejeição de 70% dos russos.

Já quanto à responsabilidade do presidente russo sobre a corrupção, os cidadãos o isentam cada vez mais.

Se entre 2013 e 2014 quase 40% diziam que o presidente responde completamente pelos acontecimentos, hoje apenas 25% a 26% compartilham dessa opinião.

“Isso pode estar relacionado com o fortalecimento da legitimidade do governo após a integração da Crimeia, apesar de isso não ter, aparentemente, uma relação direta com a corrupção”, diz Vôlkov.

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