Detento de Novgorod lança reality show de dentro da cadeia

Preso dribla carcereiros para registrar cotidiano em celas

Preso dribla carcereiros para registrar cotidiano em celas

Dmítri Serebriakov/TASS
Mikhail, de 26 anos, descreve cotidiano na prisão em um canal on-line. Junto com um colega, ele expõe realidade nas celas e até organiza um concurso para garotas visitá-los.

Imagens impressionantes com um crânio, castings para entrevistas com prisioneiros e outros passatempos da área: Mikhail, um detento de 21 anos de Novgorod (a 500 km de Moscou) faz transmissões ao vivo da prisão e se tornou muito popular entre os internautas russos.

Seu canal no Periscope sobre a vida cotidiana na cadeia recebeu 250 mil curtidas em poucos dias. Esquivando-se da proibição de telefones celulares nas prisões russas, o prisioneiro, apelidado Misha, mostra o cotidiano na celas escondido dos guardas e responde a perguntas de seus seguidores.

“Estamos no comum [centro de regime comum – Gazeta Russa]. Saudações. Opa, já somos 267! Não acredito!”, diz Misha, em tom alegre, em mensagem aos seguidores. Misha pede às pessoas para darem uma “curtida” sobre seu uniforme e muitas vezes faz piadas sobre o centro prisional, comparando-o a um acampamento infantil chamado Aniutka ou Teliónok, ou a um sanatório. A localização exata do prisioneiro é, porém, mantida em segredo por receio de perder o acesso à internet.

Respondendo a perguntas no Periscope, Mikhail cumpre uma sentença por roubo. Em uma das publicações, apresenta um colega chamado Víktor, apelidado pelos usuários de Vitiuchka, que foi detido por assassinato.

Ambos sempre aparecem nas transmissões e, embalados pela onda de popularidade, chegam inclusive a convidar garotas para visitá-los. Além do mais, dizem que “não é qualquer uma que poderá vê-los” e que “é preferível que tudo esteja em cima”.

“Haverá um concurso, um casting”, propõe Mikhail em tom de brincadeira. “Vamos anunciar um casting para a melhor garota, que vai ter um encontro comigo. Ela poderá provar todas as delícias de um prisioneiro”, continua.

Os detentos contam ainda que usam baralho para “todos os tipos de coisas”, seja por emoção ou também por dinheiro. “Nós jogamos por cigarros. Se quiser, podemos competir por quem cospe mais longe”, diz Misha.

O sinal de celular dentro do centro não é bom, e as transmissões sofrem interrupções constantes, mas nem isso incomoda os assinantes, cujas perguntas são frequentes.

Fonte: YouTube/Перископ Перископыч

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