EUA, Ucrânia e Turquia lideram como ‘mais hostis à Rússia’, revela pesquisa

EUA figuram no topo da lista, apontados 72% dos russos como “inimigo”

EUA figuram no topo da lista, apontados 72% dos russos como “inimigo”

Konstantin Tchalabov/RIA Nôvosti
Levantamento mostra quais países os russos veem como mais amigáveis e mais hostis a Moscou. Para observador, resultados refletem agenda da política externa do Kremlin.

Estados Unidos, Ucrânia e Turquia são os países mais hostis à Rússia, enquanto Cazaquistão e Bielorrússia são os mais próximos de Moscou, segundo uma nova pesquisa divulgada pelo instituto independente Centro Levada.

Segundo o levantamento, os EUA, que figuram no topo da lista, são alvo de receio por 72% dos russos. Na sequência vem a Ucrânia, país visto como uma ameaça por 48% dos entrevistados, contra 37% no ano passado.

A Turquia, porém, foi o país que apresentou o maior salto no ranking que enumera as ameaças da Rússia. Citado por apenas 1% dos respondentes na pesquisa em 2015, o país foi citado como ‘inimigo de Moscou’ por 29% dos russos este ano.

Já a lista de países próximos da Rússia, é liderada por seus parceiros da União Eurasiática, Bielorrússia (citada por 50%) e Cazaquistão (39%), seguidos pela China, que apresentou queda de nove pontos percentuais desde o ano passado e foi citada por 34% russos.

Paralelamente, quase 10% dos entrevistados citaram a Síria como “amiga da Rússia”, embora apenas 2% tivesse assumido posição semelhante no ranking de 2015.

Quanto à União Europeia, apenas 24% dos russos disseram ser a favor de uma possível adesão russa ao bloco, contra 53% que apoiavam a integração europeia em 2009.

De inimigo para amigo, e vice-versa

De acordo com Dmítri Rogózin, chefe do Laboratório de Metodologia de Pesquisa Social na Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública, a agenda da política externa determina a atitude dos russos em relação aos países e, e se a postura mudar, uma “atitude hostil pode se tornar o oposto em um questão de instantes”.

“Os resultados dessa pesquisa não são surpreendentes”, diz Rogózin. “Se dizem todos os dias para você é que seu inimigo é os EUA ou a Europa, você vai acreditar nisso, mais cedo ou mais tarde. A atitude dos cidadãos não pode ser descrita como estável, e pode ser facilmente alterada.”

Ainda segundo o especialista, uma característica importante é que muitas pessoas que se referem a um ou outro país como seus inimigos nunca estiveram nessas regiões.

“Se o Centro Levada também perguntar se os entrevistados já foram para os países que eles consideram inimigos, estou certo de que em 99% dos casos a resposta seria ‘não’. É fácil odiar aquele que você nem conhece”, arremata Rogózin.

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