Gastões em crise

Bem afamados como turistas gastões, russos têm se segurado para não colocar a mão no bolso em casa.

Bem afamados como turistas gastões, russos têm se segurado para não colocar a mão no bolso em casa.

Corbis / FotoSA
Para 70% dos russos, tempo não é ideal para grandes compras. Cidadãos do país têm se atido ao dinheiro vivo e usado menos crédito.

Carregando uma enorme fama de gastões no exterior, os russos passaram a economizar mais com a crise econômica atual que paira sobre o país. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo VTsIOM (Centro Russo de Pesquisas de Opinião Pública).

De acordo com o estudo, divulgado nesta segunda-feira (21), 72% dos russos acreditam que o momento seja desfavorável para grandes compras, contra os 64% que pensavam assim em janeiro.

"O índice de confiança do consumidor, que mostra o quanto os tempos são favoráveis para as compras, depois de longa estagnação saltou de 33 pontos em janeiro para 29 e fevereiro", lê-se no relatório do instituto.

O índice de confiança varia de 10 a 90 pontos, sendo 90 a pontuação mais favorável para compras e 10, a menos.

"A dinâmica negativa é observada no pano de fundo do crescimento da parcela daqueles que acreditam que o momento atual é desfavorável para grandes compras, que saltou de 64% em janeiro, para 72% em fevereiro", prossegue.

"Pela primeira vez, em um longo período de observação, dois indicadores pioraram de uma só vez, indicando um crescimento de fatores a que John Keynes chamou 'preferência da liquidez'. Todos os russos preferem, cada vez mais, 'ficar no dinheiro', gastando-o apenas quando é estritamente necessário. Isso, por sua vez, leva  à contração da demanda efetiva e diminuição da velocidade de circulação de dinheiro na economia. A preferência da liquidez é uma expressão a favor de fator de deflação, que indica que na economia começam a se criar riscos de deflação", diz o analista do VTsIOM, Oleg Tchernozub.

O índice de confiança do crédito não sofreu alterações de janeiro para fevereiro, mantendo-se em 18 pontos - o indicador mais baixo dos últimos 12 meses. A parcela dos que acreditam ser necessário injetar moeda na economia é de 34% (contra os 33% de janeiro), enquanto os que acreditam ser preciso tirar o dinheiro das contas é de 43%.

A pesquisa foi realizada entre 20 e 21 de fevereiro, com 1.600 pessoas de 130 cidades em 46 regiões federativas e repúblicas russas. O índice de erro é inferior a 3,5%.

Com material da agência de notícias Tass.

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