Demolição de estandes gera cenário de guerra em Moscou

Medida gerou cenário de guerra na capital russa

Medida gerou cenário de guerra na capital russa

Sergey Mikheev/RG
Parte de proprietários alega ter autorização, enquanto sociedade questiona chances de pequenos e médios empresários em momento de crise. Prefeito diz que oferecerá alternativas.

Manifestações críticas transbordaram na internet russa após a demolição, nesta semana, de centenas de barracas e estandes instalados sem autorização da prefeitura nas ruas e átrios de estações de metrô de Moscou.

A demolição foi ordenada pela prefeitura e aconteceu na madrugada de segunda para terça-feira e gerou um cenário de guerra na cidade.

MOSCOW, RUSSIA. FEBRUARY 9, 2016. An aerial photograph showing an entrance to Chistye prudy metro station and demolished shops. 104 shopping and catering facilities in central Moscow are to be demolished according to a decision by the Moscow government concerning unauthorised free-standing structures built since the early 1990s without formal planning permission. Foto: Mikhail Japaridze/TASSVista aérea dos arredores da estação Tchístie Prúdi, onde 104 lojas e restaurantes foram derrubados. Foto: Mikhail Japaridze/TASS

Em um momento de crise econômica, com a alta do dólar e sanções geradas pelo conflito ucraniano, um dos camelôs da estação Kropôtkinskaia, Roman, diz não compreender porque as barracas foram derrubadas. "Elas pertencem todas ao mesmo dono. Algumas, que ainda ficaram em pé, devem ser derrubadas em breve", diz.

Roman trabalhou até tarde na noite de segunda e viu as escavadeiras chegar. "Foi difícil. Na loja da [rede de eletrônicos] Evroset, os funcionários não conseguiram nem tirar todo o equipamento de dentro", conta.

Muscovites pass by a demolish private trade pavilion in the center of Moscow, Russia, 09 February 2016. New Moscow authorities ordered to remove 97 trade pavilions built without legal documentation near metro stations and which, as they say, may harm transport infrastructure engineering communications. Foto: EPAMoscovitas passam pelos restos de um pavilhão de estandes no centro de Moscou, onde 97 shoppings ilegais não autorizados deverão ser demolidos. Foto: EPA

Outra era

A maior parte dos estandes derrubados foram instalados durante os anos 1990, quando a prefeitura de Moscou estava nas mãos de Iúri Lujkov.

Segundo o atual prefeito, Serguêi Sobiânin, divulgou nas redes sociais, foram destruídas "construções perigosas aos moscovitas", instaladas em locais de comunicações de engenharia ou em zonas de uso da sociedade.

Municipal workers demolish a private trade pavilion built in the center of Moscow, Russia, 09 February 2016. New Moscow authorities ordered to remove 97 trade pavilions built without legal documentation near metro stations and which, as they say, may harm transport infrastructure engineering communications.. Foto: EPAFuncionários da prefeitura colocam abaixo instalações ilegais no centro da capital russa. Foto: EPA

Sobiânin ainda deu a entender que sua construção ocorreu de maneira ilegal devido à corrupção de seu predecessor. 

Segundo o diretor da organização imobiliária "Delovaia Rossia" ("Rússia Comercial"), parte dos pavilhões havia garantido na Justiça o direito de existir legalmente.

People walk past illegal street kiosks and stalls that were demolished near the Chistiye Prudy metro station in Moscow, Russia, February 9, 2016. Foto: ReutersMedida gerou cenário de guerra. Moscovitas caminham nos arredores da estação Tchístie Prúdi. Foto: Reuters

"Segundo pudemos verificar, 27 dos 97 objetos demolidos tinham uma resolução a favor do proprietário. Então, é claro que depois isso eles não esperavam que suas propriedades fossem demolidas assim, de repente", disse à Gazeta Russa.

Para o chefe de inspeções estatais imobiliárias, Serguêi Shogurov, a informação não procede. "Após receberem autorização, esses estandes foram reconstruídos e ligados a fontes de energia, canalização e água. Assim, juridicamente, a construção é ilegal", explica. 

O prefeito moscovita prometeu, porém, apresentar locais alternativos àqueles que tiveram suas construções demolidas, e evitar danos ao pequeno empresariado. 

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