Cinco aparições polêmicas de Pavlénski

Foto: Reuters

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Artista já havia pregado os testículos ao chão da Praça Vermelha. Agora foi a vez de cortar o lóbulo de sua orelha. Relembre estes e outros acontecimentos inusitados envolvendo Piotr Pavlénski.

1. Segregação

Na semana passada, sentado nu na beira do telhado do Centro “Serbski” de Psiquiatria Social e Forense de Moscou, Pavlénski cortou a própria orelha com uma faca.

“A faca separa o lóbulo da orelha do resto do corpo. O muro de concreto da psiquiatria separa a sociedade racional dos doentes loucos.” Assim começa o manifesto do artista, publicado no Facebook pela jornalista Oksana Chaliguina.

“Com o regresso do uso da psiquiatria para fins políticos, o aparelho policial retoma para si o poder de determinar o limiar entre a razão e a loucura”, lê-se na publicação. Após o socorro por policiais, o artista recebeu primeiros socorros.

2. Liberdade

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Em fevereiro passado, Pavlénski construiu em São Petersburgo umas barricadas improvisadas com pneus, aos quais ateou fogo na sequência. Ali estavam também as bandeiras ucraniana e anarquista. De certo modo, essa performance se assemelhou aos eventos na Maidan e à resistência de rua em Kiev.

Sobre esse manifesto, Pavlénski declarou: “Pneus quentes, bandeiras da Ucrânia, bandeiras negras e o estrondo das batidas no ferro – é a canção da libertação e revolução. Maidan vai se espalhar irreversivelmente e penetrar no coração do Império”.

Os bombeiros prontamente apagaram o fogo, o artista foi detido. Graças à intercessão do seu advogado, em pouco tempo foi posto em liberdade. Mais tarde, foi instaurada uma ação criminal de vandalismo. Em uma busca efetuada na casa do artista e de seus companheiros, alguns pertences pessoais foram apreendidos.

3. Fixação

Em novembro do ano passado, Pavlénski, completamente nu, pregou os seus testículos ao chão de paralelepípedos que cobre toda a Praça Vermelha. O vídeo com essa cena acabou rodando pela internet.

 


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Os policiais cobriram o corpo do artista enquanto tentavam tirar o prego e levar Pavlénski para fora da Praça Vermelha. A performance ocorreu no Dia da Polícia. “Foi uma metáfora da apatia, da indiferença política e do fatalismo da moderna sociedade russa”, descreveu Pavlénski.

4. Carcaça

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Seis meses antes, Pavlénski se enfiou dentro de uma espécie de casulo de arame farpado. Esse foi o seu protesto contra a proibição da chamada propaganda gay, da lei da ofensa aos sentimentos religiosos e de outras normas que tiveram ressonância pública. O artista chamou as leis de repressivas.

“O corpo humano é nu, como a carcaça de um animal. Não há nada nele, em volta dele tem um arame que foi inventado para a proteção dos animais domésticos. Essas leis, tal como arame, mantêm as pessoas em currais individuais”, definiu o artista. Os policiais libertaram Pavlénski com a ajuda de tesouras de jardineiro. Nenhum processo foi instaurado.

5. Costura

A primeira aparição polêmica de Pavlénski aconteceu em São Petersburgo, em julho de 2012. O artista costurou a sua própria boca como sinal de apoio às integrantes do grupo Pussy Riot, condenadas pela oração punk anti-Pútin entoada na ​​Catedral de Cristo Salvador, em Moscou.

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“Ao costurar a boca com a Catedral de Nossa Senhora de Kazan em segundo plano, eu pretendi mostrar a posição do artista contemporâneo na Rússia: interdição à liberdade de expressão. Enoja-me a intimidação da sociedade, a paranoia coletiva, cujas manifestações eu vejo por todo o lado”, explicou o artista.

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