Autora do atentado terrorista em Volgogrado seguia para Moscou

Mulher-bomba pode ter descido em Volgogrado para receber detonadores de seus cúmplices Foto: RIA Nóvosti

Mulher-bomba pode ter descido em Volgogrado para receber detonadores de seus cúmplices Foto: RIA Nóvosti

Daguestanesa Naída Assiálova teria doença grave, motivo pelo qual havia se tornado dependende de bandidos que a ajudaram no tratamento.

A explosão em um ônibus que deixou ao menos seis pessoas mortas em Volvogrado na última segunda-feira (21) foi provocada por uma mulher-bomba que estava há muito na mira dos serviços secretos.

Segundo o porta-voz do Comitê de Investigação da Rússia, Vladímir Márkin, os investigadores encarregados do caso interrogaram mais de 50 testemunhas e apuraram que a presumível autora do atentado, Naída Asiálova, havia chegado a Volgogrado em um ônibus procedente de Makhachkalá, capital do Daguestão, que seguia para Moscou.

Por uma razão desconhecida, ela desceu do ônibus em Volgogrado, perto da Academia de Polícia local, uma hora antes da explosão.

Os serviços secretos não descartam que os supostos cúmplices de Asiálova tenham lhe entregue a bomba em Volgogrado, porque, em Makhachkalá, os passageiros de ônibus são geralmente submetidos à revista na hora de embarque.

Passaporte de Naída Assiálova Foto: AP

De acordo com dados preliminares, a bomba estava recheada com pregos e tinha força equivalente a cerca de 500 a 600 gramas de TNT.

Doença e religião

Os familiares da autora do atentado garantem que Asiálova, que sabia estar sendo perseguida pelos serviços secretos russos, sofria de uma doença grave e se voltou para a religião.

Porém, a notícia de que a autora do atentado terrorista no ônibus em Volgogrado era da vila de Guniba, com 2,5 mil habitantes, no Daguestão, chocou os moradores da vila. “Conheço muito bem sua família”, conta a vizinha dos Asialov, Patimát Najmudínova, diretora de um jornal local.

“Eles têm uma pequena casa. Ravzat Assiálova, mãe dela, mora sozinha depois que suas filhas deixaram a casa, trabalhando como carteira. Naída viveu em um orfanato até os cinco anos. Ninguém sabia dela nem do fato de ter sido abandonada pela mãe. Quando, nos anos 80, o orfanato foi fechado, a menina foi levada para casa”, continua Patimát.

Naída nunca havia se destacado pela devoção religiosa e só se voltou para o islã há três anos. Pelas histórias contadas por vizinhos, o pai de Naída a renunciou publicamente e, mais tarde, sua mãe foi a Moscou para assistir a seu casamento com um cidadão turco.

Naída tinha problemas de saúde causadas por uma infeção e estaria sofrendo com sarcoma, motivo pelo qual os ossos estariam se desfazendo. Com o tempo, o marido turco de Naída deixou de pagar seu tratamento e a abandonou.

A moça tentou levantar dinheiro em redes sociais para pagar uma cirurgia e pode ter sido atendida por bandidos que a ajudaram a arranjar medicamentos necessários. Assim, Naída ficou dependente deles e adotou o nome islâmico de Amaturahman, enquanto seu segundo marido, de origem russa, chamado Dmítri Sokolov, tinha o apelido de Girafa.

Naída havia o conhecido em Moscou em cursos de árabe. Dmítri adotou o islã e era elemento ativo do grupo de Makhachkalá, onde se especializava em bombas. Segundo a polícia, as bombas detonadas em lojas de Makhatchkala foram de sua autoria.

“Sokolov, também conhecido como Abdoul Jabbar, é um elemento ativo do grupo de Makhachkalá. Foi ele que construiu um cinturão de explosivos  acionado por Madina Alíeva no centro de Makhachkalá e que deixou uma pessoa morta e mais de 15 feridas há algum tempo”, disse uma fonte da polícia do Daguestão. 

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