País terá base naval permanente na Síria

Porta-aviões Almirante Kuznetsov será principal componente de futura base

Porta-aviões Almirante Kuznetsov será principal componente de futura base

AP
Oficina flutuante em Tartus, no litoral sírio, passará por modernização. Cais para navios e quartéis para tropas e unidades de defesa antiaérea estão no projeto.

A Rússia construirá uma base naval permanente na cidade síria de Tartus, anunciou o vice-ministro da Defesa russo, Nikolai Pankov, no último dia 10.

Segundo ele, o ministério já preparou todos os documentos necessários e pretende entregá-los ao Parlamento em breve para ratificação.

A base de apoio técnico em Tartus foi recebida pelo país em meados dos anos 1980 e, segundo especialistas, conseguiu milagrosamente sobreviver ao colapso da União Soviética.

“No início dos anos 90, a pasta da Defesa estava diminuindo a presença militar russa no exterior. Nos últimos 25 anos, perdemos bases militares no Qatar e no Iêmen. A de Tartus, porém, sobreviveu à crise”, diz o presidente do Centro Internacional de Análise Geopolítica, coronel-general aposentado, Leonid Ivachov.

Atualmente, a base naval russa na Síria é formada apenas por uma oficina flutuante, que realiza serviços básicos de reparação de navios.

“Hoje, na base em Tartus, as equipes podem se reabastecer com alimentos e munições e realizar reparos básicos de navios”, comenta Ivachov.

Estrutura renovada

Segundo uma fonte da Gazeta Russa no complexo militar que não quis ser identificada, após a modernização, a base permanente receberá um cais para navios, além de quartéis para tropas e unidades de defesa antiaérea.

O número de tropas que servirão na base em Tartus ainda é desconhecido.

“A futura base em Tartus permitirá implantar o principal componente da frota russa, o porta-aviões Almirante Kuznetsov, com aviões Su-33 e MiG-29K / KUB e helicópteros Ka-52K Katran a bordo”, afirma o observador militar do jornal “Izvêstia”, Dmítri Litôvkin.

Sem uma base desse tipo, a implantação de um destacamento naval no Mediterrâneo poderia levar semanas, acredita o especialista.

“Após a modernização da base, a Marinha russa terá navios com mísseis de cruzeiro Kalibr-NK na costa, enquanto a implantação de um destacamento naval levará horas, em vez de semanas”, prevê Litôvkin.

Reforço aéreo e terrestre

Após o fracasso da cooperação entre a Rússia e os EUA na Síria, Moscou enviou bombardeiros Su-24 e Su-34 à região e pretende, em um futuro próximo, implantar também caças Su-25.

Na semana passada, também foi enviado à Síria o complexo de defesa antiaérea S-300V4 “Antey-2500”, com o objetivo de defender tropas terrestres durante o combate.

O S-300V4 é capaz de destruir mísseis balísticos a uma velocidade de 2,5 km/segundo a uma distância de até 150 km.

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