Lançamento de mísseis na Síria não viola acordos

Navios lançadores de mísseis Kalibr são fotografados no Mar Cáspio nesta quarta-feira (7)

Navios lançadores de mísseis Kalibr são fotografados no Mar Cáspio nesta quarta-feira (7)

TASS
País foi acusado de violar Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, mas Especialistas afirmam que mísseis não contém ogivas nucleares, e que se termos de acordo fossem diferentes, amplo uso do americano Tomahawk pelos Estados Unidos nos últimos vinte anos também constituiriam infração.

Nesta semana, navios da Marinha russa efetuaram 26 disparos do Mar Cáspio contra 11 áreas do EI (Estado Islâmico) na Síria com mísseis de cruzeiro, de acordo com o ministro da Defesa Serguêi Choigu.

"Todos os alvos foram destruídos, e nenhum civil foi atingido", anunciou Choigu em encontro com o presidente russo Vladímir Pútin.

Apesar de o país ter sido acusado de afrouxar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) especialistas dizem não haver infrações.

"Normalmente, [os mísseis Kalibr] têm alcance de 1.600 quilômetros, enquanto os que têm ogivas nucleares, de 2.600 quilômetros", diz o analista militar Víktor Murakhóvski à Gazeta Russa.

Murakhóvski lembra ainda que o acordo assinado em 1987 pelos chefes de Estado da União Soviética e EUA tangem apenas os mísseis de lançamento terrestre, e não os lançados de navios e submarinos.

"Se os termos do acordo fossem diferentes, os Estados Unidos teriam sérios problemas com o uso do míssil Tomahawk, que Washington usou amplamente em suas campanhas nas duas últimas décadas", diz o vice-diretor do Instituto de Análises Políticas e Militares, Aleksandr Khramtchikhin.

Baixas

De acordo com o ministro Choigu, foram os mísseis Kalibr foram usados em ataques contra postos de comando, 12 depósitos de munições e equipamento bélico, além de um campo de treinamento dos extremistas.  

Além disso, ele informou que os ataques russos contra os islamistas têm aumentado. Desde o início de suas operações, o exército russo atacou 112 áreas em poder dos extremistas.

"O fato de termos disparado do Mar Cáspio a uma distância de quase 1,5 mil quilômetros com armas de alta precisão e acertarmos o alvo, claro, fala por si só da boa preparação de nosso complexo militar-industrial e do bom treinamento do próprio pessoal", disse Pútin.

O porta-voz do Estado-Maior russo, tenente-general Andrêi Kartapolov anunciou que os ataques foram realizados nas províncias de Rakka, Idlib e Aleppo.

Além disso, o Exército de Bashar al Assad lançou uma ofensiva de grandes proporções na província de Hama, dirigindo-se a norte, em direção à cidade de Idlib.

Fonte: Ministério da Defesa

 

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