As relações russas com o caso James Comey

Demissão reacendeu discussões sobre conexões russas no país.

Demissão reacendeu discussões sobre conexões russas no país.

Reuters
Demissão de diretor do FBI gerou novas discussões sobre a influência de Moscou.

A Rússia influenciou, sim, de maneira indireta, na decisão do presidente norte-americano Donald Trump de demitir o diretor do FBI, James Comey.

Comey liderava o escritório responsável pela investigação em andamento das relações entre os patrocinadores do presidente Donald Trump e Moscou.

A conexão russa já havia causado problemas para a nova administração quando Trump teve que se livrar de seu conselheiro de segurança nacional, Michael Flynn, e defender seu escolhido para o posto de procurador-geral, Jeff Sessions, devido a alegações semelhantes.

Reportou-se, então, que Trump estava preocupado com as conexões russas manchando o início de sua presidência e que a investigação do FBI não estava tornando as coisas mais fáceis.

Há quem acredite que Trump tenha demitido Comey para frear as investigações, outros dizem que isso seria improvável, pois as investigações continuarão do mesmo jeito.

Para uma fonte próxima do FBI que não quis ser identificada: “A demissão de Comey tem tudo a ver com a Rússia. Sem dúvidas”.

A parte russa

A Rússia, por sua vez, tem a ver, pelo menos parcialmente, com o desdobramento dos acontecimentos. Todas as informações sobre a demissão levam à campanha presidencial de 2016, que foi marcada por dois escândalos paralelos: o uso de um servidor provado por Hillary Clinton enquanto essa foi secretária de Estado dos EUA, e a as supostas conexões de Trump com a Rússia.

Em 28 de outubro, Comey colocou fogo na campanha eleitoral ao anunciar publicamente ter reaberto a investigação sobre os e-mails de Hillary. O momento não poderia ter sido pior, como ele mesmo declararia depois.

“Eu tenho náuseas ao pensar que nós possamos ter causado algum impacto sobre as eleições”, disse.

A vitória de Trump, porém, não foi simples, e foi seguida de um escândalo sobre a interferência russa que se tornou uma bola de neve. Três meses após ele tomar posse, Comey anunciou a investigação de conexões entre patrocínios de Trump e a Rússia.

Reação russa à demissão

A Rússia nega ter envolvimento com o caso, e seria improvável que o chefe da diplomacia russa, Serguêi Lavrov, estivesse realmente surpreso com o ocorrido quando um repórter faz menção a isso.

De maneira similar, o presidente russo Vladímir Pútin deu as costas a questões sobre o assunto, colocadas segundos antes da abertura da Liga de Hockey Noturna, no balneário de Sôtchi, no sul do país.

“Não temos nada a ver com isso. O presidente Trump age de acordo com suas leis e Constituição”, disse sorrindo.

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