Lavrov descarta desarmamento nuclear russo a curto prazo

Para ministro, ainda não chegou a hora para um mundo livre de armas nucleares.

Para ministro, ainda não chegou a hora para um mundo livre de armas nucleares.

Vadim Grishankin/TASS
Somente redução conjunta com outras potências será possível, diz ministro.

"A possibilidade de reduzir os arsenais de armas nucleares está esgotada, e o futuro desarmamento será possível apenas com a participação de todas as potências nucleares", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguêi Lavrov, durante discurso na Academia de Guerra das Forças Armadas da Rússia.

Segundo ele, é preciso levar em contra não apenas o número de armas estratégicas ofensivas, mas todos os fatores que determinam a estabilidade estratégica, e ainda não chegou a hora para um mundo livre de armas nucleares.

"Serguêi Lavrov confirmou a posição da Rússia, que está pronta a reduzir as armas nucleares, mas apenas em cooperação com todos os outros países. No entanto, todas as potências nucleares, com exceção dos Estados Unidos, recusam-se a reduzir seus arsenais. Assim, o processo de desarmamento será congelado", disse à Gazeta Russa o decano da faculdade de economia e política mundial da Escola Superior de Economia da Rússia, Serguêi Karagânov.

Atualmente, apenas Rússia e Estados Unidos reduzem seus arsenais nucleares estratégicos. Segundo o Acordo de Paris de 2010, Moscou e Washington estabeleceram um limite de até 1.550 ogivas nucleares.

O tratado expira em 2020, mas, até agora, os dois países não começaram a discutir o futuro da redução de armamentos.

“Os Estados Unidos ainda não definiram sua posição em relação ao desarmamento nuclear. Em meados de janeiro, Trump falou sobre o levantamento parcial das sanções contra a Rússia em troca de uma redução dos arsenais. Mas essa declaração não teve continuação prática", relembra Karagânov.

Para o major-general aposentado e colaborador do Instituto da Economia Mundial, Vladímir Dvôrkin, outras potências nucleares não querem discutir a redução das armas.

 “Índia, Paquistão e Coreia do Norte têm armas nucleares táticas cujos números são desconhecidos. É impossível controlar o número dessas ogivas", disse.

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