Apps estrangeiros de mensagens deverão ser proibidos entre autoridades

Controle de apps para uso oficial será apertado primeiro sobre empresas estrangeiras

Controle de apps para uso oficial será apertado primeiro sobre empresas estrangeiras

Reuters
Sistemas de comunicação criptografa arriscam ‘segurança nacional’, alega pasta das Comunicações. WhatsApp e Viber, assim como Skype e Gmail, são os maiores afetados.

O Ministério das Comunicações russo enviou recentemente uma proposta à presidência para que os funcionários e membros do governo deixem de usar aplicativos estrangeiros como meio de comunicação. A proibição pode incidir sobre os serviços do WhatsApp e Viber, assim como Skype e Gmail.

Durante os últimos três anos, autoridades russas foram espionadas diversas vezes por hackers do Anonymous International. O grupo posta regularmente mensagens de figuras públicas importantes, como o primeiro-ministro Dmítri Medvedev, e vendeu um grande número de informações em troca de bitcoins.

Os hackers teriam invadido a correspondência de servidores russos, como no caso de Medvedev pelo Yandex, e estrangeiros; por questão de segurança nacional, segundo a pasta das Comunicações, decidiu-se iniciar o controle pelos últimos.

Os funcionários acreditam, porém, que os aplicativos são um “método mais seguro de comunicação”, disse o assessor presidencial russo para internet, Guêrman Klimenko, em uma reunião no gabinete presidencial.

Além disso, “é fácil de usar”, acrescenta a analista-chefe da Associação Russa de Comunicações Eletrônicas, Karen Kazarian, alegando que os serviços de comunicação nas instituições do Estado (isto é, as protegidas com acesso limitado) “são completamente inadequadas às necessidades modernas”.

O jornal “Kommersant” estima que, se a medida for aprovada, os apps Skype, WhatsApp e Viber poderão perder mais de 2 milhões de clientes na Rússia, de um total de 22 milhões estimados pela agência de pesquisas TNS.

Os aplicativos estrangeiros não repercutiram a possível decisão do governo russo. “Acreditamos que iremos manter o mesmo número de usuários ativos”, disse o representante do Viber em Moscou, Elena Gratchova.

Novo app

Na tentativa de provar a sua segurança para usuários russos, o Viber, por exemplo, insiste, que, graças à tecnologia de criptografia desenvolvida pela empresa, “o acesso à correspondência é possível apenas pelo smartphone do usuário”.

O mesmo sistema se aplica ao Telegram, WhatsApp e iMessage, segundo Karen Kazarian, da Associação Russa de Comunicações Eletrônicas.

Especialistas em segurança da informação refutam, entretanto, a invulnerabilidade da criptografia proposta, com instruções até mesmo na rede sobre como invadir remotamente conversas secretas.

“É por isso que a conversa sobre esses serviços especiais nos quais não é possível acessar a correspondência é, digamos, falsa”, afirma a diretora-geral da InfoWatch, Natalia Kasperskaya.

“Infelizmente, todos os mensageiros modernos, inclusive estrangeiros, podem ter um backdoor [falha usada por malwares para obter acesso remoto a um sistema ou rede]”, acrescenta.

O governo decidiu, em paralelo, desenvolver um modelo em substituição aos aplicativos estrangeiros. A proposta foi entregue ao maior grupo de telecomunicações, o Mail.Ru, e ao Instituto de Desenvolvimento da Internet, chefiado por Klimenko.

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