Crise brasileira não influencia na relação com Brics

Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que Rússia está monitorando situação e espera não haver interferências externas.

Porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que Rússia está monitorando situação e espera não haver interferências externas.

José Cruz/ABr - Agência Brasil
Para analistas, única diferença será refreamento das atividades do país na política externa.

O possível impeachment de Dilma Roussef não deve refletor nas relações do Brasil com os Brics ou o G-20, de acordo com cientistas políticos russos.

"Deus queira que não, mas se o impeachment de Dilma acontecer, isso não influenciatá nas relações entre nossos países e na continuidade e desenvolvimento das relações nos Brics e no G-20", diz o vice-diretor do Instituto dos Países da América Latina da Academia Russa de Ciências, Boris Martinov.

Segundo Martinov, existe uma falsa ideia de que a mudança do governo conduzirá a uma guinada à direita e um redirecionamento das relações com favorecimento dos EUA em detrimento de outros países.  

"É um erro. Os países da América Latina, sobretudo o Brasil, têm maior soberania nesse momento que os da União Europeia, mais subordinados aos EUA. O Brasil, como a Rússia, se coloca como um país independente e livre, em defesa de um mundo multipolar, mantendo os princípios do direito internacional, reforçando o papel da ONU. Esses princípios se baseiam na política externa do Brasil, por isso, não se deve esperar nenhum servilismo de sua parte", diz.

Apesar disso, Martinov aponta para um possível refreamento nas atividades políticas do Brasil com relação a outros países.

O presidente do conselho observador do banco russo de investimentos VTB, Serguêi Dubínin, diz, porém, que o impeachment não deve refletir nas relações comerciais e econômicas russo-brasileiras.

"Quando todas as forças políticas são arrebatadas para investigações internas, não resta tempo para a realização de projetos importantes. Nesse contexto, surge a questão de como o ambiente atual irá proporcionar a realização das Olimpíadas do Rio em meados deste ano", diz.

De olho no andar da carruagem

Na última segunda-feira, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakhárova, declarou ainda que Moscou espera que os problemas do Brasil se resolvam sem interferências externas.

"Observamos com atenção o agravamento da situação no Brasil que ocorreu com a aprovação pela câmara baixa do Congresso Nacional pelo início do impeachment da presidente do país. Expressamos a esperanças de que os problemas políticos internos que possam surgir nesse período complicado para nosso parceiro sejam resolvidos dentro do âmbito constitucional e sem interferência externa", disse.

Com informações da agência de notícias Tass.

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