Turquia prende suposto assassino de piloto do Su-24 russo

Atuante em redes sociais, Chelik posta fotos e artigos em que é citado

Atuante em redes sociais, Chelik posta fotos e artigos em que é citado

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Diversos veículos russos divulgaram a detenção do militante turco que teria sido responsável pela morte do piloto russo Oleg Pechkov em novembro passado, na fronteira entre a Síria e a Turquia. “Problemas regionais tornam o restabelecimento da cooperação com a Rússia uma necessidade”, declarou presidente turco.

O cidadão turco Alparslan Chelik, militante supostamente responsável pela morte do piloto do bombardeiro Su-24 russo Oleg Pechkov, em novembro de 2015, foi preso em um café na cidade turca de Izmir.

De acordo com o jornal local “Hurriyet”, Chelik foi detido juntamente com outras 14 pessoas nesta quinta-feira (31). As armas e munições encontradas com o grupo foram confiscadas, e os militantes foram inicialmente acusados ​​de posse ilegal de armas.

Mais cedo, em entrevista a veículos de comunicação turcos, Chelik confirmou ter atirado em Pechkov e declarou não ter medo da “vingança da Rússia”.

O militante turco é membro da organização terrorista Lobos Cinzentos, que promove ideais ultranacionalistas, e atuou na Síria como líder de uma unidade de turcomenos em oposição ao regime sírio.

Fontes dizem ainda que Chelik seria o filho de um dos gerentes do Partido de Ação Nacionalista. “Parece que, até agora, Chelik não teve intenção alguma de se esconder e até mostrou prazer em falar com a imprensa”, publicou o site Gazeta.ru.

Bastante ativo no Twitter, Chelik posta inúmeras fotografias dos campos de batalha e links para publicações da impressa em que é citado.

O piloto russo Oleg Pechkov foi baleado no ar enquanto descia de paraquedas, em 24 de novembro. Ele havia sido catapultado do bombardeiro Su-24, após a aeronave ser abatida por um F-16 turco ao longo da fronteira da Síria com a Turquia.

Embora Ancara alegue que o avião russo teria adentrado ilegalmente o espaço aéreo da Turquia, o presidente russo, Vladímir Pútin, se referiu ao episódio como uma “facada nas costas” e, desde então, recusou-se a manter conversações com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan.

Punição e reconciliação

Em entrevista ao Gazeta.ru, o ex-embaixador da Rússia na Turquia Piótr Stegni disse que a detenção de Chelik representa um “passo na direção certa”.

Desde o ocorrido, enquanto a posição da Rússia na Síria se fortaleceu, o contrário foi observado em relação à Turquia, afirma o acadêmico Vladímir Akhmedov, do Instituto de Estudos do Oriente Médio da Academia Russa de Ciências. “Por isso que agora é do interesse de Ancara reestabelecer relações com Moscou”, diz.

Para Aleksandr Vassiliev, também colaborador do Instituto de Estudos do Oriente Médio, se Ancara decidir punir Chelik, inclusive pela morte do piloto russo, ele se tornará “praticamente um ícone do nacionalismo turco”.

“Os movimentos nacionalistas radicais na Turquia estão muito fortes. Se isso acontecer [Chelik for punido], Erdogan ficará em uma posição instável”, disse Vassiliev ao jornal “Vzgliad”.

Segundo Andrêi Klimov, vice-diretor da comissão de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação (Senado russo), Moscou apontou três condições logo após a morte de Pechkov.

“A Turquia deve pedir desculpas, compensar os danos e punir os culpados. É por isso que a punição dessa pessoa agora pode servir como um sinal de que Ancara tem a intenção de reduzir a tensão nas nossas relações”, afirmou Klimov.

Após a prisão de Chelik, Erdogan deu uma declaração inesperada afirmando que “os problemas regionais da Turquia tornam o restabelecimento da cooperação com a Rússia uma necessidade”.

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