Sanções da ONU contra Coreia do Norte têm apoio russo

Resolução visa a conter programa nuclear estimulado por líder Kim Jong-un (à dir.)

Resolução visa a conter programa nuclear estimulado por líder Kim Jong-un (à dir.)

Reuters
Embora severas, medidas não terão impacto sobre relações comerciais com Moscou. Horas após anúncio de resolução, Pyongyang lançou novos projéteis de curto alcance.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na quarta-feira (2) uma nova rodada de sanções mais severas à Coreia do Norte pela condução de testes nucleares e lançamento de foguetes. A medida foi aprovada por unanimidade.

Sob a resolução conjunta, introduzida por EUA e China, os países do conselho ficarão proibidos de vender armas para a Coreia do Norte e deverão restringir investimentos a Pyongyang, exceto para fins humanitários.

A resolução também torna obrigatória a inspeção de toda a carga proveniente e com destino à Coreia do Norte, bem como o corte de fornecimento de combustíveis para aviões, inclusive querosene usada em foguetes.

Além dos fatores já citados, os países se comprometeram ainda a expulsar diplomatas norte-coreanos associados com o programa nuclear do país e atividades ilícitas.

Nesta quinta-feira (3), porém, a Coreia do Norte lançou novos projéteis de curto alcance, segundo informações divulgadas pelo ministério da Defesa sul-coreano.

“O lançamento significa que o país ainda não está chegando às conclusões corretas”, disse à agência Tass o embaixador da Rússia na ONU, Vitáli Tchúrkin, acrescentando que Pyongyang não havia aprendido com o recente pacote de sanções.

Sanções atenuadas

A resolução final, que fora adiada porque a Rússia disse precisar de mais tempo para análise, foi abrandada graças a Moscou.

Por insistência das autoridades russas, a resolução abre brechas que permitem o fornecimento de combustível para aviões civis de companhias áreas internacionais que voam para Coreia do Norte. Também permite que Pyongyang exporte carvão e minerais para obter recursos de subsistência.

O norte-americano “The Wall Street Journal” informou ainda que Moscou teria negociado a exclusão do representante baseado na Rússia da Korea Mining Development Trading Corporation da lista de indivíduos sancionados.

Ainda segundo o jornal, o Departamento do Tesouro dos EUA havia relatado que a corporação estatal de mineração norte-coreana estaria envolvida no tráfico de armas.

À prova de prejuízo

Segundo Tchúrkin, as negociações prévias permitiram à Rússia proteger os seus interesses econômicos, embora o Kremlin concorde com as sanções “duras e sem precedentes”. O projeto Rajin-Khasan é, segundo o diplomata, exemplo disso.

“Estou me referindo a um projeto bastante sério para a Russian Railways (RZD): a construção de uma estrada de ferro para a Coreia do Norte, que será utilizada para entregar carvão russo a regiões do sul da China e à Coreia do Sul”, disse.

“Assim como a China, também temos certos interesses econômicos que nada têm a ver com o programa nuclear e de mísseis da Coreia do Norte”, acrescentou Tchúrkin.

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