Conversa a portas fechadas entre Pútin e Kerry durou mais de três horas

Diante de acusações de ataques contra grupos moderados por norte-americanos, Moscou pediu apresentação de evidências.

Diante de acusações de ataques contra grupos moderados por norte-americanos, Moscou pediu apresentação de evidências.

kremlin.ru
Após encontro, secretário dos EUA disse que país não quer isolar Rússia.

Nesta terça-feira (15), o presidente russo Vladímir Pútin recebeu o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para uma conversa a portas fechadas em Moscou.

As negociações duraram mais de três horas e, além do presidente russo, participaram da conversa seu assessor, Iúri Ushakov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguêi Lavrov, a vice-secretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, a assessora especial do presidente norte-americano para Rússia, Celeste Wallander, e o embaixador dos EUA na Rússia, John Tefft.

No início do encontro, o presidente russo ressaltou que Moscou vê os esforços do secretário de Estado norte-americano "para a resolução de uma série de problemas pungentes".

Além disso, em conferência após as conversas, Kerry declarou que os pontos de vista de Moscou e Washington coincidem em muitos pontos.

"Apesar das diferenças de posições de nossos países, demonstramos que os EUA e a Rússia caminham na mesma direção", disse Kerry.

O secretário também disse ter levado à reunião a preocupação de Washington quanto a bombardeios russos que estão sendo direcionados contra a oposição moderada, e não os extremistas do EI (Estado Islâmico).

"Devo dizer que o presidente da Rússia, Vladímir Pútin, tomou nota do fato", disse Kerry.  

Já o chanceler russo, Serguêi Lavrov, classificou as conversas como "substanciais" e "concretas".

Segundo ele, os passos a serem dados para a resolução da crise síria foram o centro das atenções, assim como a luta ativa contra os grupos EI e Jabhat al Nusra.

Lavrov também confirmou que Kerry acusou Moscou de mirar outros grupos na Síria. De acordo com ele, a parte russa pediu ao secretário de Estado norte-americano que apresentasse evidências e fosse cuidadoso com suas avaliações.

Sem isolamento

Durante a coletiva de imprensa, Kerry anunciou que os EUA não têm a intenção de isolar a Rússia.

"Não temos uma política que tenha por objetivo o isolamento da Rússia. Sempre dissemos que, quando a Rússia e os EUA encontram pontos de concordância, isso é benéfico", disse.

Para ele, o fato de as partes terem chegado a um acordo quando houve uso de armas químicas na Síria foi "uma demonstração de maturidade dos líderes dos dois países".

Além disso, Lavrov declarou que a Rússia apoia a ideia da convocação de um encontro sobre a Síria no âmbito ministerial, que deve ocorrer em Nova York em 18 de dezembro.

"Esperamos que, como resultado, possamos apresentar para análise do Conselho de Segurança da ONU uma resolução que confirme os princípios em que se baseiam os documentos de Viena", disse o chanceler russo.

O último encontro do presidente russo com Kerry antes desse ocorreu em 12 de maio, em Sôtchi, e durou mais de quatro horas.

Com material da agência Tass e do jornal RBC

 

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