Em nota, Kremlin repete que não perdoará dívida ucraniana

Iatseniuk: “Rússia não receberá condições melhores”

Iatseniuk: “Rússia não receberá condições melhores”

AP
Autoridades russas insistem no pagamento pontual e integral da dívida ucraniana, cujo prazo vencerá em dezembro. Pendência financeira pode virar moeda de troca no fornecimento de gás.

“A posição da Rússia permanece a mesma: a Ucrânia deve pagar integral e pontualmente suas obrigações, contraídas em dezembro de 2013 junto ao Fundo Nacional de Previdência”, lê-se em nota oficial publicada no site do governo russo, na quinta-feira passada (17). O Kremlin se referia aos eurobonds no valor de US$ 3 bilhões, com vencimento em dezembro deste ano.

A declaração veio em resposta aos pedidos do premiê ucraniano, Arseni Iatseniuk, para amortizar parte da dívida. Segundo ele, o Kremlin deveria concordar com as condições obtidas em negociações com outros credores, pois “a Rússia não receberá condições melhores”.

Em agosto passado, Kiev conseguiu renegociar uma dívida de US$ 18 bilhões com credores privados. Segundo o acordo, eles deverão reduzir o valor da dívida em 20% e adiar em quatro anos o prazo para pagamento do montante remanescente.

Outra sugestão levantada por políticos ucranianos é exigir o valor da dívida com a Rússia do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovitch, que, segundo eles, teria recebido propina pela recusa da integração do país à União Europeia.

Moeda de troca

A questão da dívida possui caráter tanto econômico, quanto político. “É grande a probabilidade que Kiev se recuse a pagar a dívida, nós ouvimos isso de políticos ucranianos diariamente”, afirma o economista do ING Bank na Rússia e na CEI, Dmítri Polevoi.

Segundo o especialista, a Ucrânia deveria ter recursos para efetuar o pagamento da dívida, considerando-se a ajuda obtida do FMI (Fundo Monetário Internacional).

“A Ucrânia já reconheceu que não possui meios para a compra de gás, consequentemente, o endividamento de Kiev pode se tornar um elemento de negociação na questão do gás”, alerta.

A mesma posição é compartilhada pelo economista e cientista político Vladímir Lanovoi. “Há uma probabilidade muito grande de um sério conflito relacionado à dívida”, diz.

 

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