Brasil condena ausência de líderes europeus na Parada da Vitória

Nos 60 anos da Vitória, em 2005, Pútin recebeu o presidente francês Chirac e o americano Bush (dir.) no evento.  Foto: divulgação

Nos 60 anos da Vitória, em 2005, Pútin recebeu o presidente francês Chirac e o americano Bush (dir.) no evento. Foto: divulgação

Em Moscou, ministro da Defesa Jaques Wagner afirmou que rejeição de líderes ocidentais convidados a evento foi "erro". Presidente Dilma Rousseff não compareceu devido a "casamento de pessoa muito próxima".

Apesar de a presidente brasileira não ter comparecido à Parada da Vitória, no último sábado (9), em Moscou, o ministro da Defesa Jaques Wagner, que a representou no evento, criticou a ausência de líderes ocidentais.

"Acredito que isso tenha sido um erro. É preciso buscar uma aproximação de relações. A vinda para cá com o objetivo de prestigiar a parada poderia criar uma nova base para a futura regulação de questões acerca da Ucrânia. Eu, particularmente, queria muito vir para cá. Para chegar a um consenso, é preciso aproximação, e não discussão e criação de obstáculos", disse Wagner.

Ele também declarou que a presidente brasileira planejava estar presente à parada. "Até terça-feira passada havia esperanças de que ela poderia vir, mas não aconteceu", disse à agência Ria Nôvosti.

"A presidente Dilma queria muito vir, presenciar isso e honrar os 70 anos da Vitória. Infelizmente, porém, ela precisou estar presente ao casamento de uma pessoa muito próxima, o doutor Kalil, seu médico", disse o ministro.

Segundo ele, Dilma enviou uma carta pessoal ao presidente russo, Vladímir Pútin, que foi entregue por Jaques ao embaixador brasileiro na Rússia, e pediu que ele a representasse.

Bandeira russa no Brasil

O ministro disse ainda que, a partir deste ano, entre outras bandeiras de países Aliados será erguida também a russa em solenidades relacionadas ao final da Segunda Guerra Mundial no Brasil.

"A ausência da bandeira russa foi uma grande injustiça em relação à nação russa, que perdeu mais de 25 milhões de pessoas na guerra... Por isso, instituí que as bandeiras de todos os Aliados participem da parada. Fiquei surpreso ao descobrir que o debate sobre a bandeira russa já é conduzido há tanto tempo", disse.

"Isso se explica pela Guerra Fria, e depois ficou tudo assim", acrescentou ainda ao ser perguntado sobre o porquê de os militares brasileiros não hastearem a bandeira soviética no passado.

Ministro da Defesa Jaques Wagner representou a presidente Dilma, que cancelou presença dias antes da parada para ir ao casamento de seu médico. Foto: Kirill Kalínnikov/RIA Nóvosti

Além disso, ele não excluiu a possibilidade de realizar exercícios militares conjuntos com a Rússia.

"Nossa política externa é independente. Geralmente, conduzimos exercícios sob a égide institucional da ONU. Para o Brasil é incomum a condução de exercícios bilaterais fora do âmbito da ONU. Apesar disso, não vejo qualquer limite para a condução de exercícios militares bilaterais com a Rússia", disse.

Uma novela chamada Pantsir

O ministro também falou sobre a possível compra pelo Brasil do sistema de mísseis russo Pantsir, que já se arrasta há anos.

"A presidente brasileira já expressou essa intenção, mas o fechamento dessa transação foi adiado por um tempo, já que neste ano nosso orçamento será reduzido. Mas já falei com o embaixador da Rússia no Brasil, e, em um futuro próximo, faremos um pedido oficial e trataremos de preços", disse.

Ele ressaltou, porém, ser difícil definir um prazo para a realização concreta da compra.

"Dificilmente iremos adquirir o Pantsir antes das Olimpíadas, já que esperávamos assinar um contrato agora, mas no momento estamos ainda no estágio de formular o pedido", declarou.

 

Originalmente publicado pelo jornal Vzgliad

 

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