No início de junho, os usuários da Instagram publicaram centenas de imagens de borboletas brancas na Sibéria. Elas estavam por toda parte – nas ruas da cidade, em parques e florestas, e não temiam as pessoas. Muitos acreditavam que fossem borboletas brancas de repolho que são conhecidas por sua capacidade de destruir plantações não só de repolho, como de couve-flor e couve-de-bruxelas.
Embora essas borboletas brancas com listras pretas sejam menos ameaçadoras, elas gostam de devorar folhas das árvores, sobretudo macieiras e outras frutíferas.
Em uma reportagem sobre a espécie, o site britânico UK Butterflies escreve que a fêmea pode friccionar suas asas entre si e perder muitas de suas escamas, o que resulta em “um visual quase transparente quando comparado com as asas brancas do macho. O propósito desse comportamento é um mistério”.
Embora extintas nas Ilhas Britânicas, essas borboletas podem ser encontradas em abundância na Sibéria. Entre as cidades que presenciaram o “butterflypocalypse” (apocalipse das borboletas), como descreveu o “The Siberian Times”, incluem Tomsk, Krasnoyarsk, Novosibirsk e outros locais menores.
Alguns cientistas siberianos garantem, no entanto, que “não existe qualquer anomalia na [chegada de tal] quantidade de borboletas”.
Durante vários anos, a população de borboletas brancas com listras negras esteve “em declínio”, disse Vladímir Romanenko, diretor da Faculdade de Zoologia de Invertebrados na Universidade em Tomsk, à RIA Nôvosti. “Isso é normal para a maioria dos insetos: diminuem por alguns anos, e depois ocorre rápido crescimento da população”, completou. No ano que vem, a Sibéria pode receber ainda mais dessas borboletas, segundo Romanenko. “A natureza funciona do jeito que tem que ser.”
Lev Vartapetov, da Academia Russa de Ciências, acredita que a primavera fria encurtou e “concentrou” o ciclo de vida das borboletas no início de junho.
“Milhares de espécies se reúnem perto de poças d’água e riachos”, conta.
Já Irina Kudriachova, de outra universidade siberiana, defende que os verões excepcionalmente quentes de 2016 e 2015 teriam levado ao rápido crescimento da população de borboletas na região.
Outro fenômeno natural impressionante, também conectado com essas borboletas, ocorre quando esses insetos deixam o estágio de pupa.
Nesse momento, elas parecem sangrar, e as gotas vermelhas secam nas folhas da árvore. Com a primeira tempestade, forte, essas gotículas se transformam em uma verdadeira “chuva de sangue”.
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