Patriotismo à flor da pele

Aleksandr, 30 anos, São Petersburgo. Aqui percebe-se uma mistura de referências culturais: um urso com vodca, uma imagem do cosmonauta Iúri Gagárin, o rosto do ator Iúri Nikúlin, carros soviéticos e o gato do romance “O Mestre e Margarida”, de Mikhail Bulgakov. “Considero-me patriota”, confessa.

Aleksandr, 30 anos, São Petersburgo. Aqui percebe-se uma mistura de referências culturais: um urso com vodca, uma imagem do cosmonauta Iúri Gagárin, o rosto do ator Iúri Nikúlin, carros soviéticos e o gato do romance “O Mestre e Margarida”, de Mikhail Bulgakov. “Considero-me patriota”, confessa.

Uliana Turtchanina
Russos falam sobre significados de tatuagens em homenagem ao país.
Mikhail, 32 anos, Kazan. Este tatuador fechou um dos antebraços com a expressão “Glória à Rússia”. “Para mim, patriotismo é uma ideia falsa, destinada a dividir os povos do mundo. Eu só tenho essa tatuagem porque amo a terra onde nasci”, diz.
Anton, 28, Moscou. Por que ter ‘Moscou’ escrito nas costas? “Amo a cidade e tenho orgulho de ter nascido aqui. Acho que todos deveriam conhecer a história de sua cidade e seu país”, explica o barman.
Aleksandr, 47 anos, Moscou. Além de ter o rosto do presidente russo Vladímir Pútin tatuado, a pele deste moscovita ostenta marcos da URSS e citações religiosas. “Vladímir Vladimirovitch [Pútin] é um ídolo. Claro, eu me vejo como um patriota.”
Ivan, 18 anos, Moscou. O estudante Ivan tatuou a imagem da estátua Mãe Pátria, localizada em Volgogrado. “Meu avô nasceu lá e lutou na guerra. Para mim, é uma honra [ter esta tatuagem]”, conta.
Aleksêi, 30, Moscou. Um mix de Iossif Stálin, Torre Spásskaia, aviões, carros, soldados e parte de uma famosa canção patriótica compõem a tatuagem deste funcionário público. “Fiz a tatuagem para o 70º aniversário da vitória na Segunda Guerra. Meu avô serviu durante o conflito. Esta tatuagem foi feita em memória a ele.”
Andrêi, 27 anos, Samara. “Minha esposa veio com a ideia do esboço para essa tatuagem. Para mim, transmite a atmosfera da Rússia. Mostra a Rússia em todo o seu esplendor”, diz o designer Andrêi, que exibe um urso no antebraço.
Serguêi, 23 anos, Moscou. A tatuagem deste motorista de caminhão moscovita retrata a histórica foto da “bandeira da vitória” sobre o Reichstag, de Evguêni Khaldei. “Tenho interesse por temas patrióticos desde a infância. Tornou-se parte de minha vida. Respeito as pessoas que sacrificaram suas vidas por nossa liberdade”, diz.
Eduard, 28 anos, São Petersburgo. Este policial russo tem muitas tatuagens com aviões, soldados e estrelas vermelhas dedicadas à Segunda Guerra e acompanhadas de legendas como ‘1945’, ‘Atingimos Berlin’, ‘Grande Guerra Patriótica’. Segundo ele, uma vez que a história da Rússia tende a ser reescrita, “quando os meus filhos e netos me perguntam o que essas tatuagens dizem, vou contar-lhes a história de meu país”.
Andrêi, 33 anos, Samara.  A tatuagem que cobre a metade superior de suas costas apresenta títulos dos principais jornais soviéticos, soldados da Segunda Guerra Mundial, aviões e o símbolo do comunismo – a foice e o martelo. “Todos os membros da minha família são militares. A história do nosso país merece respeito”, explica.

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