Rússia pode ser banida dos Jogos Paralímpicos 2018

Oleg Ponomariov e seu guia Andrêi Romanov durante biatlo nos Jogos Paralímpicos de Sôtchi, em 2014

Oleg Ponomariov e seu guia Andrêi Romanov durante biatlo nos Jogos Paralímpicos de Sôtchi, em 2014

Aleksêi Filippov/RIA Nôvosti
O Comitê Paraolímpico Internacional (CPI) proibiu os atletas russos de participar das eliminatórias para os Jogos Paraolímpicos de Inverno em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Autoridades russas e internacionais garantem que há uma chance de que a Rússia ainda possa participar da competição, embora pareça improvável.

O Comitê Paralímpico Internacional (CPI) decidiu, no último domingo (29), excluir os atletas russos das qualificatórias mundiais, colocando em risco a participação do país nos Jogos Paraolímpicos de 2018, em Pyeongchang (Coreia do Sul).

Às vésperas da Rio-2016, em setembro passado, o órgão já excluiu a equipe inteira da Rússia dos Jogos Paraolímpicos no Brasil, após a publicação de um relatório sobre o suposto esquema de doping ligado ao governo russo.

Critérios para readmissão

O CPI suspendeu a associação do Comitê Paralímpico Russo (CPR) ao órgão mundial em 7 de agosto, e a proibição permanece em vigor até hoje.

Em 21 de novembro, o CPI informou o CPR sobre os critérios para readmissão à organização, incluindo plena conformidade com todos os requisitos do sistema mundial antidoping; apoio ao trabalho das organizações internacionais antidoping; e expulsão do CPR de qualquer pessoa que tenha sido flagrada em exames antidoping. O CPI também exige que os oficiais russos sejam excluídos da liderança do CPR.

O comitê russo criticou, porém, alguns dos critérios estabelecidos pelo CPI. As partes se reuniram para discutir o tema em meados de dezembro, em Bonn (Alemanha).

Segundo o presidente o CPR, Vladímir Lukin, a organização russa enviou, em 11 de janeiro, um roteiro próprio para solucionar as questões apontadas.

No entanto, os comitês não chegaram a um entendimento mútuo, e a adesão do comitê russo ao órgão internacional não foi restaurada.

Portas (ainda) abertas

Pouco após o anúncio da decisão, o comitê internacional alegou que o CPR ainda não havia cumprido os critérios necessários para a sua readmissão no órgão.

Segundo o CPI, “as portas não estão fechadas” para a Rússia. Se o comitê russo continuar colaborando com o COI, a adesão do país poderá ser restabelecida antes de 2018, e os atletas russos participarão dos Jogos Paralímpicos de Pyeongchang.

Em um comunicado de imprensa, o órgão russo disse ter esperanças para os futuros Jogos na Coreia do Sul. “O CPR continuará treinando os atletas russos com deficiência para os Jogos Paralímpicos de Inverno”, disse o comitê, citado pela TASS.

Apesar disso, o especialista em direito esportivo e um dos sócios do escritório de advocacia Forward Legal, Aleksêi Karpenko, acredita que os Jogos ocorrerão sem a Rússia a menos que os atletas sejam readmitidos em breve para as qualificatórias.

“Acho que, sem a participação dos atletas russos nas eliminatórias, sua participação nos eventos principais será praticamente impossível”, diz Karpenko. “Tudo o que se pode fazer agora é manter conversações de emergência com o CPI e convencer o órgão a permitir que os atletas russos participem das eliminatórias na condição de que todos os requisitos serão plenamente cumpridos”, completa.

Russos reclamam de ‘perseguição’

Em comentários à agência de notícias R-Sport, Lukin criticou a decisão. “Todos os atletas, culpados ou não, ainda estão impedidos de competir, e ainda não nos disseram os nomes dos culpados”, disse o presidente do comitê russo.

Além disso, segundo o dirigente, o órgão internacional não respondeu às propostas da Rússia apresentadas em seu roteiro.

“O CPI está deliberadamente assumindo uma política mais dura em relação à Rússia do que o COI [Comitê Olímpico Internacional], e, mesmo assim, o número de atletas olímpicos russos flagrados usando doping é muitas vezes maior do que o número de paralímpicos nessa situação”, afirma Karpenko.

Para o advogado, as “relações pessoais hostis” entre a administração do CPI e as organizações russas pesaram nas últimas decisões.

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