Inflação cai a mínimo histórico no país

Maior crescimento dos preços foi registrado no setor de serviços e bens manufaturados, enquanto no setor de alimentos, em geral, a inflação desacelerou.

Maior crescimento dos preços foi registrado no setor de serviços e bens manufaturados, enquanto no setor de alimentos, em geral, a inflação desacelerou.

Martha de Jong-Lantink/www.flickr.com
No Brics, Brasil e África do Sul tiveram indicadores piores que os russos.

Neste mês de dezembro, o Banco Central da Rússia diminuiu a taxa de inflação no país, que alcançou 5% - o mais baixo indicador da história russa moderna. A inflação na Rússia está mais baixa que nos países vizinhos - Cazaquistão, Bielorrússia e Ucrânia -, segundo estudo do Rosstat (Serviço Federal de Estatísticas da Rússia).

Em comparação aos Brics, no Brasil e na África do Sul, a inflação bateu a da Rússia (veja infográfico). Na China e Índia, porém, os indicadores foram melhores.

Manteiga e trigo sarraceno foram produtos alimentícios que mais encareceram no país. Foto: Anna KharzeevaManteiga e trigo sarraceno foram produtos alimentícios que mais encareceram no país. Foto: Anna Kharzeeva

A inflação do país poderia ter caído mais, segundo o Rosstat, mas o aumento nos preços de moradia e saneamento básico, além de alimentos como o trigo-sarraceno e a manteiga, impediram um cenário mais otimista.

O maior crescimento dos preços foi registrado no setor de serviços e bens manufaturados, enquanto no setor de alimentos, em geral, a inflação desacelerou.  Os preços dos alimentos cresceram 4%, de serviços, 4,6%, e de bens manufaturados, 6,2%.

Entre os produtos alimentícios, frutas, legumes, milho, arroz e ovos baratearam, mas o preço do trigo-sarraceno ,da manteiga e do peixe aumentaram 21,7%, 16,7% e 14,5%, respectivamente.

“O preço da manteiga saltou devido à desvalorização do rublo. Os produtos lácteos importados encareceram muito, a Rússia ainda não conseguiu encontrar um modelo econômico que permita aumentar a produção local de produtos laticínios”, explica a diretora do Centro de Política Alimentar, Natália Chagaida.

Se o aumento dos preços de produtos lácteos é explicável, a situação no mercado de trigo-sarraceno é fora do comum, segundo Chagaida.

A colheita de 2016 foi boa e o consumo do produto é relativamente baixo (3,5 kg por pessoa por ano), ou seja, não é um aumento da procura por cereais que explica o aumento dos preços.

Infográfico: Dmítri GolubInfográfico: Dmítri GolubNo entanto, o preço do trigo-sarraceno cresce mais rápido do que do qualquer outro produto alimentício pelo terceiro ano consecutivo.

“O trigo-sarraceno é um produto misterioso. Se analisarmos os indicadores do volume de produção e das reservas, não veremos razão para o aumento dos preços. A produção do produto provavelmente tenha sido congelada em diversas regiões, o que leva a essa alta taxa de inflação”, diz Chagaida.

A maioria dos produtos, porém, barateou na Rússia em 2016. Devido aos programas de substituição de importações, os preços das frutas e dos legumes caíram 7,6%, segundo o Rosstat.

De acordo com o Ministério da Agricultura, a produção de verduras cresceu 32%. Além disso, a inflação também diminuiu devido à safra recorde de grãos, que ultrapassou as 117 milhões de toneladas, em comparação com as 108,8 milhões de toneladas do ano anterior.

Mas teria sido o enfraquecimento extremo da moeda nacional que não teria permitido resultados ainda melhores, segundo a analista do banco Binbank, Natália Vascheliuk.

“Os principais motivos para o aumento dos preços foram o enfraquecimento contínuo do rublo, o aumento dos impostos especiais sobre determinados tipos de produtos e a indexação das tarifas de habitação e serviços de saneamento”, diz Vascheliuk.

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