Rússia cortará gastos em defesa

Governo busca evitar erros do passado soviético que, acredita-se, levaram à desintegração do país.

Governo busca evitar erros do passado soviético que, acredita-se, levaram à desintegração do país.

Aleksêi Filippov/RIA Nôvosti
Baixa do petróleo estimula medidas e atrasa reforma do complexo militar.

O governo russo decidiu reduzir os gastos em defesa em 1 trilhão de rublos (quase US$ 16 bilhões). O corte é correspondente a cerca de 30% do orçamento da pasta.

De acordo com projeção do orçamento federal, o governo gastará na defesa nacional US$ 45,12 bilhões, ou seja 3,3% do Produto Interno Bruto do país, em 2017.

“Devido à redução das receitas, o governo só busca manter e garantir o funcionamento da economia nacional e dos principais setores do Estado”, diz o analista da consultoria Finam, Aleksêi Kalatchev.

Segundo ele, não seria lógico aumentar os gastos militares cortando gastos com bem-estar social nas condições atuais. Em 2018, os gastos em Defesa consumirão 3% do PIB e, em 2019, 2,8%.

Economistas afirmam que a decisão foi tomada tomando o exemplo soviético do que não se fazer. No final dos anos 1980, com a queda dos preços do petróleo, o governo da URSS continuou a aumentar os gastos militares, o que levou a uma profunda crise e à desintegração do país.

"A principal lição do orçamento planejando é o perigo dos gastos militares hipertrofiados", diz o especialista em macroeconomia da consultoria financeira Otkrítie Broker, Serguêi Khestanov.

A redução é, porém, particularmente dolorosa para as empresas do complexo militar.

"O projeto de orçamento para o 2017 prevê uma baixa nos preços do petróleo, o que leva à necessidade de cortar muitas despesas”, diz o analista da empresa financeira TeleTrade, Mikhail Poddúbski.

Devido à falta de fundos públicos, o governo já adiantou o lançamento de diversos novos projetos, inclusive na reconstrução das principais linhas ferroviárias que ligarão a Europa ao Extremo Oriente da Rússia.

O governo pretende diminuir as despesas orçamentárias nominais, que devem passar a equivaler a 16,2% do PIB, em 2019 - contra os 19,8% do PIB neste ano.

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