Sob pressão, empresas russas repatriam dinheiro de paraísos fiscais

Só das Bahamas, fluxo de capital retornando à Rússia foi 43% maior em 2015

Só das Bahamas, fluxo de capital retornando à Rússia foi 43% maior em 2015

Vostock-Photo
Maior parte dos recursos estava nas Bahamas, Ilhas Virgens e Bermudas.

Um relatório do Banco Central da Rússia mostra que o fluxo de dinheiro saído de paraísos fiscais (offshores) e enviado ao país cresceu significativamente em 2015. No ano passado, a Rússia recebeu US$ 5,23 bilhões das Bahamas, valor 43% maior que no ano anterior, US$ 2,5 bilhões das Ilhas Virgens Britânicas e US$ 1,9 bilhão das Bermudas.

Em novembro de 2014, a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) aprovou um projeto de lei contra zonas offshore. De acordo com o documento, acionistas russos terão de pagar impostos sobre os lucros de suas empresas estrangeiras, principalmente as registradas em paraísos fiscais.

Segundo uma fonte no Ministério das Finanças da Rússia que não quis ser identificada, as empresas russas estão fechando suas afiliadas no exterior e precisam retornar seus investimentos para o país. Em alguns casos, essas operações não serão tributadas até 2018.

Infográfico: Alena RépkinaInfográfico: Alena Répkina

"Os paraísos fiscais foram usados como um mecanismo de otimização fiscal e ajudaram a esconder beneficiários e proteger propriedade intelectual", explicou Emil Martirosian, professor do Instituto de Administração da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública da Rússia.

As empresas russas estão sendo forçadas a retirar o dinheiro dos paraísos fiscais também devido à introdução de regulamentos mais rígidos em países ocidentais, que foram elaborados para garantir um melhor controle sobre todas as operações financeiras, inclusive nas zonas offshore.

"Juntamente com outros países, em 2018 a Rússia começará a implementar os requisitos internacionais da transparência financeira e intercâmbio de informações fiscais, o que já dificulta a utilização dos paraísos fiscais consideravelmente", disse Stanislav Verner, vice-presidente do centro financeiro IFC.

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