Aumento do preço do petróleo favorece orçamento, mas dificulta exportações

Preços do petróleo tipo Brent na Ásia cresceram 0,5% no último dia 20

Preços do petróleo tipo Brent na Ásia cresceram 0,5% no último dia 20

Reuters
Previsão de queda do PIB russo passa de 1,8% para 1,5%, segundo o FMI. Porém, valorização do produto no mercado global torna a produção russa menos rentável.

Com o aumento dos preços do petróleo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou suas previsões sobre a recuperação da economia russa. Segundo relatório, em 2016, o PIB russo diminuirá 1,5%, em vez dos 1,8% previstos anteriormente, e em 2017 a economia crescerá 1%.

“O crescimento dos preços das matérias-primas é, obviamente positivo para o orçamento russo”, diz o analista da empresa de investimentos Russ-Invest, Simon Nemtsov. No entanto, os altos preços das matérias-primas colocam os produtores locais em uma situação difícil. 

Após a vertiginosa queda do rublo em relação ao euro e ao dólar-americano em 2014, o governo anunciou uma política de substituição das importações: com os altos preços dos produtos importados, os produtores russos tiveram oportunidades de reconquistar o mercado russo.

Com o aumento dos preços do petróleo, haverá um fortalecimento da moeda nacional, o que é contra os interesses do Banco Central russo. Nesse cenário, as importações se tornam consideravelmente mais baratas, e a produção russa se torna menos rentável aos exportadores.

No início de 2015, sob as mesmas condições, o Banco Central russo foi forçado a tomar medidas para brecar uma valorização excessiva do rublo.

O crescimento dos preços do petróleo pode também desestimular a realização de reformas no país. Segundo a presidente do BC russo, Elvira Nabiúllina, se os preços subirem até US$ 100 por barril, o PIB nacional poderá aumentar apenas 1,5 ou 2% ao ano sem reformas estruturais.

Estagnação pós-alta

“Hoje, estamos observando uma situação única no mercado de petróleo: falta de oferta para atender a demanda”, avalia o vice-presidente do centro financeiro IFC, Stanislav Verner.

Segundo o gestor, essa situação se deve a fatores como as ações de rebeldes na Colômbia e na Nigeria, incêndios florestais no Canadá e greves no Qatar, que prejudicaram a produção de petróleo em várias partes do mundo.

Como resultado, em 20 de maio, na Ásia, os preços do petróleo bruto tipo Brent cresceram 0,5%, alcançando US$ 49,1 por barril.

Os economistas russos, porém, não esperam um crescimento acentuado dos preços do petróleo. “Na segunda metade do ano, esperamos uma recuperação gradual dos preços”, declarou o analista do grupo empresarial Finam Bogdan Zváritch. No final do ano, segundo o especialista, o preço do petróleo tipo Brent será de cerca de US$ 50 a US$ 55 por barril.

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