Em visita ao Paraná, cônsul-geral da Rússia avança parcerias comerciais

Governador Beto Richa recebeu nesta quinta-feira (12), no Palácio Iguaçu, o cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Konstantin Kamenev

Governador Beto Richa recebeu nesta quinta-feira (12), no Palácio Iguaçu, o cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Konstantin Kamenev

Guilherme Voitch
Necessidade de manter parcerias, sobretudo em meio à crise, foi destacada por diplomata russo e representantes locais em Curitiba. Venda de agrícolas à Crimeia, atração de investimentos e expansão para outros setores pautaram reuniões.

O cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Konstantin Kamenev, cumpriu agenda na quinta-feira (12) em Curitiba, com o objetivo de aprofundar as já estabelecidas relações comerciais e institucionais entre Paraná e Rússia.

Na capital paranaense, Kamenev debateu com o presidente do Sistema Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), José Roberto Ricken, o desejo de aproximar o mercado russo do cooperativismo local. Em seguida, encontrou-se com o governador Beto Richa.

“Falamos sobre parcerias futuras que possam dar ímpeto a novos projetos comerciais entre Paraná e Rússia”, disse o cônsul, na sede da Ocepar, lembrando que a crise brasileira afetou ligeiramente a balança comercial entre os dois países.

“O volume total negociado diminuiu um pouco em 2015, chegando a US$ 4,6 bilhões, contra US$ 7 bilhões em 2014. A meta estipulada por nossos dirigentes já há alguns anos é chegar à casa dos US$ 10 bilhões.”

Segundo Kamenev, o principal acordo envolve a compra de produtos agrícolas para a região da Crimeia, na costa norte do mar Negro.

“Uma aproximação com a Rússia interessa muito para as cooperativas paranaenses. Vamos aproveitar a visita para apresentar a forma de atuação do setor, os investimentos realizados para expandir as atividades, bem como a importância econômica e social que as cooperativas possuem em nosso Estado”, disse Ricken.

Investimentos

Após a visita à sede de Ocepar, Kamenev foi recebido por Beto Richa no Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense.

O governador falou da situação econômica brasileira e declarou ter “total interesse em parcerias para fortalecer a relação do Paraná com as empresas russas, principalmente nas áreas de gás natural e fertilizantes”.

“O Paraná passa pelo maior ciclo industrial da sua história”, disse Richa, destacando o ajuste fiscal feito no Estado. O governador apresentou à comitiva russa o programa Paraná Competitivo, que concede incentivos para atração de investimentos privados, e citou as melhorias em infraestrutura de rodovias e modernização do Porto do Paranaguá.

“Examinamos muitas facetas da cooperação econômica e a possibilidade de investimentos em novos projetos. O governador teve uma atitude muito transparente, de boa vontade. Acho que muitos negócios vão se desenvolver”, avaliou Kamenev.

“O Paraná é um dos Estados mais importantes do país, a quarta economia do país. E os países do Brics estão ganhando força com um labor de grande ímpeto, contribuindo para a construção de um mundo mais justo e multipolar”, completou o cônsul russo.

Agrícolas e aviões

Atualmente, as exportações do Paraná para a Rússia concentram-se em alimentos e produtos agrícolas. No topo da lista estão açúcar, café solúvel, carne de frango, de porco e bovina. A Rússia, por sua vez, vende ao Paraná, basicamente, produtos químicos.

A parceria comercial iniciou-se há pelo menos três décadas com a venda de café da empresa paranaense Cacique para a extinta URSS.

Mais recentemente, foi fechada uma parceria para instalação de uma fábrica de peças de aviões e um centro de operações da empresa aérea russa Irkut na cidade de Maringá, que atenderá todo Brasil e América Latina.

O foco do projeto brasileiro são os MC-21, que têm capacidade de 150 a 212 passageiros e já estão em produção na cidade de Irkutsk. O modelo compete diretamente com os aviões comerciais Airbus A320 e Boeing 737.

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