Mesmo com petróleo em queda, cresce o volume dos fundos soberanos russos

Presidente do Banco Central russo Elvira Nabiullina (esq.) e ministro das Finanças Anton Siluanov em reunião no Kremlin

Presidente do Banco Central russo Elvira Nabiullina (esq.) e ministro das Finanças Anton Siluanov em reunião no Kremlin

Mikhail Klimentiev/TASS
Ao contrário de outros países produtores de petróleo, durante a crise a crise econômica país evitou gastar as reservas de receitas obtidas com a venda da commodity. Aumento dos fundos se deve também à reavaliação estimulada pela variação cambial.

O volume total dos dois fundos soberanos da Rússia cresceu 1,75% desde o início do ano. Assim, o Fundo de Reserva, que dá suporte ao orçamento em meio à queda dos preços do petróleo, aumentou para US$ 50,6 bilhões, e o Fundo Nacional de Segurança Social, que ajuda nos investimento em longo prazo, cresceu até US$ 73,18 bilhões.

Segundo os dados do Ministério das Finanças russo, trata-se do maior crescimento desde agosto de 2014, quando os fundos aumentaram 2,3%.

Ambos recebem dinheiro de receitas provenientes da venda de petróleo por meio de um sistema complexo – o montante das deduções depende do nível do PIB e dos preços dos recursos energéticos.

Criados com base no Fundo de Estabilização, em 2008, os dois fundos soberanos surgiram para compensar o impacto do aumento dos preços do petróleo sobre a economia nacional.

Razões principais

Segundo os economistas russos, o crescimento dos fundos soberanos se deve ao aumento da taxa de câmbio do euro em relação ao dólar norte-americano.

“Os fundos estão sendo reavaliados, porque tem euros e dólares em quantidades aproximadamente iguais”, explica o ex-vice-presidente do Banco Central da Rússia e vice-diretor do departamento dos mercados e engenharia financeira da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, Konstantin Koríschenko.

Segundo o economista, em março passado, o euro subiu 4% em relação ao dólar norte-americano, o que levou a um aumento do valor dos fundos em dólares.

Os fundos russos mantêm capital em dólares, euros e libras esterlinas. Em 1º de abril, o Fundo de Reserva possuía US$ 22,7 bilhões, 20,3 bilhões de euros e 3,4 bilhões de libras. Por sua vez, o Fundo Nacional de Segurança Social dispunha de US$ 33 bilhões, 20,8 bilhões de euros, 3,8 bilhões de libras e 751 bilhões de rublos.

Economia de recursos

Fundos semelhantes existem na Arábia Saudita e na Noruega, dois grandes produtores de petróleo.

Em janeiro passado, devido ao enfraquecimento da economia nacional, o governo norueguês teve que retirar US$ 780 milhões do seu fundo de reserva. Já a Arábia Saudita, extraiu US$ 72,8 bilhões dos seus fundos soberanos no exterior no período entre o terceiro trimestre de 2014 e o terceiro trimestre de 2015.

“A Rússia escolheu o caminho inverso e decidiu não gastar esse dinheiro”, diz o analista da empresa de investimento Finam, Bogdan Zváritch. Segundo ele, caso contrário, o país poderia acabar sem recursos para estabilizar a economia nacional se a situação se tornasse realmente crítica.

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