Vitória da oposição na Venezuela não assusta empresariado

Pela primeira vez em 16 anos, o chavismo foi derrotado nas urnas

Pela primeira vez em 16 anos, o chavismo foi derrotado nas urnas

Reuters
Empresas russas avaliam as perspectivas de mercado após mudança de poder na Venezuela, um dos principais parceiros de Moscou na América Latina. Com petróleo em baixa e crise local, investimentos russos tornam-se ainda mais atraentes para o país.

A vitória da oposição nas eleições na Venezuela não vai levar a uma revisão dos acordos de cooperação com as empresas russas, acredita a maioria dos observadores russos. A principal cooperação econômica entre os dois países está centrada no setor do petróleo e gás.

“Se a oposição tomar o rumo do crescimento econômico e do aumento dos padrões de vida, ou seja, a única opção correta, nenhum setor das relações comerciais e econômicas entre a Rússia e a Venezuela deverá ser afetado”, afirma o diretor da Heads Consulting, Nikita Kulikov.

Além disso, a Venezuela ocupa “o quinto lugar entre os países compradores de armamento russos, representando 6% de todas as exportações”, destaca diretor do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, Aleksandr Fomin.

A aliança da oposição MUD (Mesa da Unidade Democrática) derrotou os socialistas do governo conquistando a maioria do Legislativo no domingo passado (6). Trata-se da primeira vitória da dos opositores no Parlamento desde sua criação, em 2000, após a dissolução do Congresso.

Petróleo e turbinas

De 2010 a 2014, a petrolífera russa Rosneft investiu US$ 1,4 bilhões em projetos no país latino-americano e planeja aumentar a atual extração de petróleo na região, de 1,6 milhões de toneladas, para 8 milhões de toneladas em 2019.

Atualmente, a empresa russa petróleo em cinco empreendimentos conjuntos com a estatal venezuelana PDVSA, cujas reservas são estimadas em 20,5 bilhões de toneladas. Até 2019, o investimento no país também pode chegar aos US$ 14 bilhões.

A PDVSA possui ainda uma joint venture com a Gazprom Neft, subsidiária do monopólio russo de gás Gazprom, na extração de petróleo pesado.

Já a energética russa Inter Rao, mantém acordos para fornecimento de 13 turbinas a gás à estatal venezuelana Bariven. Dez das unidades previstas no contrato já foram enviadas ao comprador.

Tanto na Rosneft como na Inter Rao não são esperadas mudanças no relacionamento com os parceiros venezuelanos, informaram à Gazeta Russa as respectivas assessorias de imprensa.

“Em todo caso, a Venezuela está em uma situação financeira difícil, já o seu principal ativo é o petróleo, cujos preços se encontram nos mínimos históricos. Por isso, seria lógico não só manter relações com Moscou, mas desenvolvê-las”, conclui Kulikov.

 

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