Banco Central prevê queda da inflação em 2016

Nabiúllina: “Precisamos de medidas sistêmicas para apoiar as pequenas e médias empresas.”

Nabiúllina: “Precisamos de medidas sistêmicas para apoiar as pequenas e médias empresas.”

Apesar de queda nos lucros, bancos nacionais mostram adaptação às condições econômicas e devem aumentar a concessão de empréstimos em um futuro próximo. Pequenas e médias empresas, bem como setor de construção, são os mais prejudicados pela crise.

O Banco Central da Rússia está observando vários sinais da estabilização da economia do país, informou a chefe do órgão regulador, Elvira Nabiúllina, em sessão com deputados da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) nesta semana.

“Pelas nossas previsões, a inflação continuará a cair em 2016, ficando na faixa entre 5,5% e 6,5%”, disse Nabiúllina. “Já no final de 2017, atingirá o nível desejado de 4%”, acrescentou.

Apesar das sanções e dificuldades econômicas ao longo deste ano, a dívida externa do país diminuiu 30% em comparação com 2014. “É prova de uma dinâmica econômica positiva.”

Ainda durante o discurso, Nabiúllina declarou que os bancos nacionais conseguiram se adaptar às novas condições econômicas e já podem aumentar a concessão dos empréstimos.

“Esperamos que o lucro dos bancos russos em 2015 seja entre US$ 1,6 bilhões e US$ 3,2 bilhões, o que é três vezes menor do que no ano passado. No entanto, esse resultado pequeno, porém positivo, indica que as instituições se adaptaram às condições mais difíceis”, disse.

A expectativa do Banco Central é que a situação no setor bancário permaneça estável em 2016, até porque o programa estatal de recapitalização dos bancos vem mostrando resultados.

“Realizamos uma análise da dinâmica dos empréstimos dos dez bancos que tenham recebido fundos até agosto de 2015, e taxa de crescimento médio mensal de empréstimos nesse grupo de bancos em julho e agosto foi de mais de 1%”, expôs a presidente do BC.

Os mais afetados

Durante os nove primeiros meses de 2015, o crescimento dos empréstimos no setor real da economia foi de 7,5%, excluindo a reavaliação cambial de 1,5%.

Já o declínio em empréstimos para construção e indústrias de transporte aéreo chegou a 19% e 24%, respectivamente. “A redução dos empréstimos para a indústria de construção e transporte aéreo se deve a maior carga de dívida e altos riscos”, explicou Nabiúllina.

Mas são as pequenas e médias empresas, cuja disponibilidade de empréstimos vem diminuindo constantemente, que mais sofrem com o atual cenário.

“Os grandes bancos não querem conceder empréstimos a essas empresas. Planejamos agora reduzir a taxa de risco de 100% para 75%, o que ajudaria a melhorar as condições de empréstimos. Precisamos de medidas sistêmicas para apoiar as pequenas e médias empresas.”

 

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