Como efeito das sanções, país não pode extrair petróleo do Ártico

Ministério de Energia da Rússia previa que, em 2035, região fosse responsável por 9,5% da produção de petróleo

Ministério de Energia da Rússia previa que, em 2035, região fosse responsável por 9,5% da produção de petróleo

Ria Novosti/Alexey Danichev
Governo não conseguiu substituir equipamentos sancionados por EUA e Europa. Baixos preços do petróleo também atravancaram o desenvolvimento das jazidas da plataforma continental.

O vice-premiê russo Aleksandr Khlopônin declarou que o país não está conseguindo substituir equipamentos norte-americanos e europeus sancionados para a extração de petróleo na plataforma continental do Ártico.

“Teremos que iniciar cooperações com outros países que têm experiência nessa área”, afirmou Khlopônin.

Devido às sanções econômicas impostas à Rússia devido à crise ucraniana, as empresas americanas e europeias estão proibidas de prestar serviço de exploração e extração do petróleo na plataforma russa, que tem mais de 150 metros de profundidade.

Segundo o diretor da consultoria de investimentos Hedge.pro, Iliá Butúrlin, a exploração dessas jazidas não é rentável na atualidade.

“O desenvolvimento das jazidas está estacionado não apenas devido às sanções, mas também à acentuada queda dos preços do petróleo”, diz Butúrlin.

Substituição de equipamento

O problema da substituição de equipamentos para a exploração das jazidas surgiu em 2014, quando EUA e União Europeia proibiram as exportações de tecnologia para projetos no Ártico russo.

Então, a maior petrolífera russa, a Rosneft, e a americana ExxonMobil já tinham descoberto a jazida “Pobeda” (do russo, “Vitória"), no mar de Kara, e perfurado um poço conjunto. Mas, após a introdução das sanções, os americanos tiveram que suspender sua participação do projeto.

Segundo o chefe de operações da empresa de investimentos Freedom Finance, Gueôrgui Váschenko, a Rússia nunca produziu os equipamentos de perfuração nas plataformas continentais.

"Para que a produção desses equipamentos seja economicamente viável, é preciso garantir uma demanda alta e a exportação para o exterior", diz Váschenko.

Segundo ele, hoje, apenas três empresas poderiam se interessar nessas tecnologias: a Rosneft, a Gazprom e a Lukoil, que produz petróleo na plataforma continental no Mar Cáspio.

Segundo o analista da empresa de investimentos UFS IC, Piotr Dachkêvitch, o impacto das sanções sobre o desenvolvimento das jazidas não é tão significativo como a queda dos preços do petróleo.

"A maior parte dos projetos era atraente devido aos altos preços do petróleo. Além disso, os contratos com parceiros ocidentais tinham sido assinados antes das sanções e, consequentemente, não estavam incluídos nas restrições. Mas quase todos foram ou adiados ou abandonados”, diz Dachkêvitch.

Em 2035, o país deverá produzir 50 milhões de toneladas de petróleo nas plataformas continentais, ou seja, 9,5% de toda a produção do produto, de acordo com previsão do Ministério de Energia da Rússia.

 

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