Kremlin doará US$ 4 milhões para as agências humanitárias da ONU em 2014

Conferência de doadores para a Síria arrecada US$ 2,4 bilhões Foto: Reuters/Vostock-Photo

Conferência de doadores para a Síria arrecada US$ 2,4 bilhões Foto: Reuters/Vostock-Photo

Moscou continua apoiando os esforços internacionais para prestar ajuda aos sírios vitimados pelo conflito. Durante a 2ª Conferência Internacional de Doadores para a Síria, realizada no Kuwait, o chefe da delegação russa informou que o país irá destinar US$ 4 milhões às agências humanitárias da ONU em 2014.

Durante sua apresentação na conferência, o chefe da delegação russa e embaixador do país no Kuwait, Aleksêi Solomatin, falou sobre a prontidão em continuar a cooperação com as agências da ONU. Nos últimos dois anos, a Rússia destinou mais de US$ 20 milhões para os refugiados sírios, além de medicamentos para os feridos.

Segundo Solomatin, Moscou tem insistido com a Síria na necessidade de cooperação com as agências humanitárias internacionais e ONGs. “Graças aos nossos esforços nesse sentido, progressos significativos foram alcançados recentemente. A ajuda aos necessitados começou a chegar mais rapidamente”, destacou o diplomata.

Ele disse ainda que as sanções impostas por alguns países contra a Síria estão atingindo a economia do país e apenas intensificam o sofrimento dos sírios comuns. Paralelamente, os próprios funcionários da ONU reconheceram que a situação na Síria deteriorou-se significativamente em relação ao ano passado e a região está enfrentando a maior crise humanitária das últimas décadas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, completou que, em 2014, serão necessários US$ 6,5 bilhões para prestar assistência aos refugiados. No evento do Kuwait, foi possível arrecadar cerca de US$ 2,4 bilhões, dos quais 500 milhões foram doados pelo país anfitrião.

Apesar de saudar os esforços feitos pela Rússia nos preparativos da conferência Genebra 2, Ban Ki-moon declarou que o futuro da reunião depende da disposição da oposição síria para enviar uma delegação unificada à Suíça.

Minimizando traumas

Em outro momento da reunião, o alto comissário da ONU para os refugiados, Antonio Gutierrez, declarou que os países vizinhos também estão enfrentando problemas em resultado do afluxo de refugiados. Somente no Líbano, há 868 mil refugiados registrados; atualmente, mais de 10% da população do Iraque é constituída por sírios. “As prioridades no plano de ajuda aos refugiados são alimento, moradia e água”, disse Gutierrez.

As agências da ONU organizaram uma apresentação na véspera da conferência para expor a realidade dos refugiados, onde era possível observar muitas mochilas infantis azuis com o símbolo do Unicef. “Essas mochilas são destinadas a filhos de refugiados no âmbito da iniciativa ‘Geração que não foi perdida’. Dentro delas há livros didáticos e material de papelaria para que as crianças possam frequentar a escola”, explica Juliette Tuma, representante da entidade.

“Neste ano, precisamos de US$ 820 milhões para dar assistência às crianças da Síria, como vacinação, água potável, escolas e uma oportunidade de se recuperar do trauma psicológico”, acrescenta Tuma. No entanto, a funcionária da Unicef ressalta que a ajuda humanitária permite às pessoas sobreviverem, mas “é necessário achar uma solução diplomática urgente”.

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