Alrosa avaliada em US$ 15,4 bilhões

Foto: Divulgação

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Maior diamantífera do mundo, a russa Alrosa vive melhor momento para colocar suas ações na bolsa. Isso, claro, se conseguir se livrar de seus ativos no setor de gás natural.

Com as intenções da Alrosa, de colocar suas ações na Bolsa de Moscou em novembro, a Rosimuchestvo (Agência Federal de Gestão de Bens Públicos) avaliou a empresa em sete vezes o EV/Ebitda (indicador que mede quanto a empresa deve gerar de caixa para atingir o valor que o mercado lhe atribui).

O resultado operacional médio da Alrosa antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) varia de US$ 2 bilhões a US$ 2,2 bilhões. Assim, a empresa toda é avaliada em um valor que varia de US$ 14 bilhões a US$ 15,4 bilhões, segundo noticiou o jornal econômico russo Vedomosti.

O indicador, porém, não inclui a dívida da companhia, segundo uma fonte próxima da Alrosa. Em 30 de setembro, a dívida da companhia era de US$ 4,6 bilhões. Assim, seu valor total está em cerca de US$ 9,4 bilhões a US$ 10,8 bilhões, segundo fonte do Vedomosti. Na última terça-feira (26), a Alrosa custava US$ 8,2 bilhões.

No terceiro trimestre de 2013, a Alrosa deve vender 14% de suas ações, das quais 7% são da carteira em poder da Rosimuchestva, e outra parcela, da carteira em poder do governo da Iakútia (república russa no nordeste da Sibéria).

Com a empresa avaliada entre US$ 9,4 bilhões e US$ 10,8 bilhões, a venda de suas ações pode render de US$ 1,3 bilhões a US$ 1,5 bilhões. Em fevereiro de 2012, quando o Conselho de Supervisão da Alrosa considerava a possibilidade de vender uma participação de 14%, sua intenção era obter pelo menos US$ 1 bilhão.

A assessoria da Alrosa se recusou a comentar o assunto à imprensa, assim como a Rosimuchestvo. Também não foi possível obter comentários da Goldman Sachs.

O valor máximo é calculado de forma muito simples. O EV/Ebitda de 7 vezes é o médio para empresas de mineração, e é utilizado para avaliar os maiores players do setor, como a Rio Tinto e BHP Billiton.

As empresas de diamantes são ainda mais caras. A Petra Diamonds, muito menor que a Alrosa, foi negociada a um EV/Ebitda de 9 vezes. Sua receita em 30 de junho de 2012 somou US$ 316,9 milhões.

Empresas do mesmo porte da Alrosa são raras, segundo Sergêi Filchenkov, especialista em ações da consultoria Metropol. A concorrente mais próxima da Alrosa, a De Beers, não é uma empresa de capital aberto. Logo atrás vêm suas subsidiárias, a  Rio Tinto e a BHP Billiton.

O EV/Ebitda de 7 vezes pode ser aplicado à Alrosa dadas suas grandes dimensões, de acordo com Filchenkov. Segundo ele, o mercado estará disposto a pagar um acréscimo sobre o preço atual da empresa para aumentar a quantidade de ações em circulação, já que as ações da empresa estão em demanda.

Ativos em gás

Antes, porém, de colocar suas ações na Bolsa de Valores, a Alrosa deve se livrar de seus ativos no setor de gás natural comprados do banco VTB no ano passado a quase US$ 1 bilhão.

Assim, a empresa limpará seu balanço e irá se livrar  de eventuais riscos decorrentes da transação. A empresa está em negociações com potenciais compradores.

Anteriormente, foi noticiou-se que a Alrosa discutia com a Lukoil a possibilidade de troca de ativos no setor de gás. Além disso, a venda à empresa Evraz de uma participação de 51% no projeto de minério de ferro da empresa Timir deve ser concluída em breve. A transação foi aprovada pelo Conselho de Supervisão da Alrosa ainda no final de 2012.

Segundo uma das fontes do jornal Vedomosti, o momento é o mais oportuno para a Alrosa colocar suas ações na Bolsa de Valores. Em 2014, a empresa estará totalmente focada na mineração subterrânea de diamantes, um processo mais caro e complicado. Mais do que isso, acrescenta Filchenkov, devido ao desempenho recorde em 2012, a empresa deve ser acolhida positivamente pelos investidores.

 

Publicado originalmente em russo em Vedomosti

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