Salão militar no Peru reúne novas tecnologias russas

Sistema de mísseis TOR M2U é um dos destaques de estande russo

Sistema de mísseis TOR M2U é um dos destaques de estande russo

Vitáli Kuzmin/wikipedia
Mais de 250 modelos de equipamento russo estão sendo apresentados em feira até domingo (21). Reforçar presença na região é um dos objetivos de Moscou no evento.

O Salão Internacional de Tecnologia para Defesa e Prevenção de Desastres Naturais (Sitdef), que começou nesta quinta-feira (18) em Lima, no Peru, reúne os mais modernos equipamentos militares de 27 países. Além da Rússia, Alemanha, China, Estados Unidos, e França são destaques na feira.

Entre as inovações, a Rosoboronexport (estatal russa responsável pelas vendas de equipamento militar ao exterior) está expondo o avião de treinamento e combate Yak-130, o caça multifuncional MiG-29M e o Su-30MK; alguns helicópteros, como o de transporte Mi-171Sh, e de combate Mi-28NE e Mi-35M, também estão presentes.

O aparato terrestre russo na feira é composto pelo T-90C, os tanques de guerra BTR-80A e BTR-82A. A seção de escudos antimísseis inclui ainda o sistema de mísseis superfície-ar Pântsir-S1 e os mais modernos sistemas portáteis de mísseis  S-400 Triumf.

Mi-35M da Força Aérea Russa (Foto: Aleksêi Mikheev/Russian Helicopters)Mi-35M da Força Aérea Russa (Foto: Aleksêi Mikheev/Russian Helicopters)

Mais lobby, menos venda

Embora a Rússia esteja apresentando diversas amostras de sua tecnologia militar na Sitdef-2017, os especialistas consultados pela Gazeta Russa não acreditam que Moscou tenha a esperança de assinar contratos para o fornecimento de armas.

“Nesses tipos de feiras, os vendedores só defendem seus interesses e fazem lobby. Possíveis contratos serão discutidos mais tarde, individualmente, se um cliente mostrar interesse na tecnologia militar russa”, diz o analista da TASS Víktor Litôvkin.

Segundo o especialista, a feira também servirá para discutir os serviços de manutenção para caças MiG-29 – comprados por países latino-americanos da Bielorrússia e da Ucrânia nos anos 1990 sem consultar Moscou.

“Na época houve um atrito por causa disso, mas parece que o assunto será discutido esses dias, já que nem Kiev nem Minsk podem oferecer à América Latina tecnologia militar pronta para voar”, diz Litôvkin.

Serviço pós-venda para MiG-29 é um dos temas de encontro (Foto: Vadim Savitsky/Global Look Press)Serviço pós-venda para MiG-29 é um dos temas de encontro (Foto: Vadim Savitsky/Global Look Press)

A modernização do parque de tanques T-72 no Peru, para o nível T-72B3, também deve estar em pauta. “É necessário discutir a criação de um centro de serviço pós-venda para os tanques no Peru, não faz sentido transportar o equipamento à Rússia para manutenção. Se esses acordos não forem assinados agora, serão em breve”, acrescenta o analista.

Não se deve esperar, porém, a assinatura de grandes contrato durante o eventos: devido à queda dos preços do petróleo, os potenciais compradores perderam seu poder de compra.

Fatia latino-americana

“A América Latina é vista como o ‘quintal dos Estados Unidos. Enquanto o país se envolvia no Oriente Médio, a Rússia entrou em um grande mercado de armas ao lado deles e abocanhou uma fatia”, diz uma fonte da indústria de defesa russa.

Os países latino-americanos são atualmente o segundo maior mercado para venda de armas russas, perdendo apenas para o Sudeste Asiático. “E Moscou pretende desenvolver a cooperação na região”, conclui a fonte.

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