Tropas especiais recorrem a fiéis antigos para incursão na taiga

Treinamento visa a melhorar habilidades de sobrevivência em terrenos difíceis

Treinamento visa a melhorar habilidades de sobrevivência em terrenos difíceis

Said Tsarnaev/RIA Nôvosti
Conhecimento de comunidade religiosa foi aproveitado em treinamento militar na fronteira com Mongólia. Objetivo é aumentar capacidade de sobrevivência das tropas.

Um treinamento militar bastante incomum foi concluído na Sibéria no final de julho. Nele, um grupo de militares de uma unidade de propósito especial conduziram uma incursão de 100 quilômetros pela taiga liderados por representantes da comunidade local dos “starovéri” (“fiéis antigos”, em português), grupo que se separou da Igreja Ortodoxa no século 17.

A cooperação experimental surgiu da necessidade de melhorar as habilidades de sobrevivência em terrenos específicos.

“Durante treinamentos, percebemos que os nossos instrutores não têm habilidades de sobrevivência suficientes na taiga montanhosa. Para melhorar, recrutamos, pela primeira vez, os fiéis antigos como instrutores”, disse o comandante do Distrito Militar Central, o general-tenente Vladímir Zarudnitski, citado pela agência TASS.

Para realizar a operação, os militares do Distrito Militar Central tiveram de chegar a um acordo com os representantes da comunidade local.

Embora os militares tenham concluído a experiência com sucesso, não se sabe ainda se esse tipo de formação se tornará parte do programa padrão.

Sobrevivência na taiga

A etapa final, de cinco dias, do curso de formação para tropas de propósito especial, com duração total de um mês, ocorreu no tortuoso terreno ao longo do rio Pequeno Ienissei, na República da Tuva, uma região russa que faz fronteira com a Mongólia.

Os fiéis antigos siberianos, que levam uma vida isolada e rejeitam conveniências modernas, ensinaram aos militares de elite como se localizar e se alimentar nas regiões montanhosas e remotas da taiga. A tarefa de buscar alimentos, no entanto, foi dificultada por algumas das tradições desses grupos.

“Eles não comem caça com pernas, como lebres ou ursos, mas comem carne de animais de casco dividido. Aves florestais e peixes também são permitidos, assim como frutos secos e frutas silvestres”, lê-se em nota do Distrito Militar Central.

Cada recruta que participou do treinamento recebeu cinco cartuchos caso se deparassem com um urso. Porém, não houve encontros inesperados com animais perigosos durante os cinco dias de incursão na taiga.

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