Antissubmarino Tu-142 é filmado pela primeira vez sobre a Síria; veja vídeo

Trem de pouso reforçado e motores NK-12MP são diferenciais do TU-142

Trem de pouso reforçado e motores NK-12MP são diferenciais do TU-142

Michael Klimentiev/RIA Nôvosti
Modelo semelhante ao bombardeiro Tu-95MS foi avistado nos arredores de Aleppo. Avião seria usado para vasculhar mar Mediterrâneo em meio a operações dos EUA contra o EI.

Um avião antissubmarino de longo alcance Tu-142 pertencente à Rússia, que não tinha aparecido anteriormente na Síria, foi avistado por moradores de Idlib, um subúrbio de Aleppo localizado a cerca de 40 quilômetros do centro industrial do país.

Esta série de aeronaves, conhecida por atacar submarinos nucleares, é muitas vezes mencionada como o “Urso” pela Otan. O vídeo que mostra o avião de reconhecimento com um zumbido baixo, semelhante ao do modelo Tu-95, já usado na Síria, foi publicado no site The Aviationist.

Fonte:  Stahlgewitter Syrien / YouTube

Os bombardeiros estratégicos russos começaram a atacar alvos na Síria em meados de novembro de 2015, embora a operação russa já estivesse em curso desde setembro. As operações envolveram os modelos de longo alcance Tu-160, Tu-95MS e Tu-22M3.

Os ataques contra alvos sírios envolveram também navios da frota do Cáspio, com suporte da frota do mar Negro, não haviam sido observados aviões antissubmarinos russos até recentemente.

Externamente, não há quase diferenças discerníveis entre o Tu-142 e o Tu-95. No entanto, o modelo descoberto na Síria, conforme apresentado no vídeo, tem características mais alongadas presentes apenas na versão antissubmarino do Tu-95.

O homem cuja voz se ouve no vídeo diz, em árabe, estar vendo esse modelo de aeronave “pela quinta vez”.

Caçador do mar

Os Tu-142, geralmente equipados com poderosos motores NK-12MP, também se diferenciam da série Tu-95 é o trem de pouso reforçado.

“A aeronave carrega uma vasta gama de antenas, que ficam penduradas como decoração em uma árvore de Natal”, descreve o especialista militar Aleksêi Leonov, da revista “Arsenal Otetchestva” (Arsenal da Pátria, em português).

“Para identificar objetos sob a água, os aviões lançam de radiofaróis. Um radiofarol opera pelo princípio de detecção passiva e ativa do alvo, ele ouve o que está acontecendo sob a água, transmite a informação à aeronave e, depois de terminar o trabalho , se autodestrói.”

A aparência da aeronave antissubmarino russo nos céus da Síria pode se dever, segundo o especialista, ao recente ataque contra o Estado Islâmico realizado pela Força Aérea dos EUA a partir de um porta-aviões no mar Mediterrâneo.

“Nossos navios de guerra estão estacionados na base [russa] de Tartus, na Síria. Os navios da Otan estão operando no Mediterrâneo ao mesmo tempo, e incluem não apenas navios de superfície, mas também submarinos. É difícil para os navios determinar o que está acontecendo no mar estando perto da costa. Isso só pode ser feito com o Tu-142, que foi criado principalmente para detectar forças na superfície e submarinos; não é à toa que foi chamado de Caçador do Mar, assim como o Il-38. Porém, ao contrário do IL-38, o Tu-142 transporta mísseis antinavio. Em outras palavras, ele pode atingir um navio de superfície também, se este se comportar mal”, explica Leonov.

Não se sabe a rota usada pelo Tu-142 para chegar à Síria, já que aeronaves militares geralmente não ligam transponders, dispositivos de comunicação eletrônica pelo qual podem ser rastreados em sites como o Flightradar.

Publicado originalmente pelo portal Gazeta.ru

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