Russos e norte-americanos cooperam secretamente na Síria, diz deputado

Exército sírio caminha por Palmira após retomada de cidade histórica

Exército sírio caminha por Palmira após retomada de cidade histórica

Reuters
Coordenação de ataques evitaria desastres, além de promover avanços na luta contra EI. Para especialista, parceria não é exposta devido à complexidade das relações EUA-Rússia.

A libertação de Palmira pelo Exército sírio e as ações bem-sucedidas das unidades curdas no caminho para Raqqa resultam de esforços conjuntos de militares russos e da aliança comandada pelos EUA, apesar da ausência de acordos oficiais, segundo Piôtr Vodolatski, vice-presidente do Comitê de Defesa da Duma do Estado (câmara baixa do Parlamento russo).

“O governo norte-americano tem demonstrado pragmatismo. Os EUA não assumem a parceria, mas sua coalizão interage com a Força Aérea da Rússia”, diz Vodolatski. “Tudo o que diz respeito a transporte e nossos ataques, e às zonas aéreas, é realizado conjuntamente.” 

Segundo o especialista, a evolução da cooperação russo-norte-americana na Síria se assemelha à coalizão anti-Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, quando o grupo de países ocidentais abriu uma segunda frente somente após vitórias decisivas da URSS.

“Nós tínhamos feito propostas aos países europeus e aos EUA para coordenar as ações a fim de destruir os terroristas, mas a Inglaterra, a França e os EUA se recusaram e, por isso, tivemos que começar a eliminar a organização terrorista por nós mesmos”, continua Vodolatski.

“Só quando os EUA viram os resultados do nosso trabalho é que eles mudaram de ideia e, mais tarde, durante as conversações entre [o chanceler russo Serguêi] Lavrov e [o secretário de Estado dos EUA John] Kerry, uma estratégia de ação conjunta foi criada para eliminar o EI.”

Para os especialistas russos, sem a interação próxima, ambos os lados teriam inevitavelmente atingido uns aos outros, uma vez que não só as forças aéreas estavam operando na Síria, mas também as forças especiais.

“No âmbito do referido acordo sobre a prevenção de incidentes, algum tipo de mecanismo de troca de informações deve funcionar, os canais de comunicação devem sempre existir e, por meio destes canais, outras atividades também podem ser discutidas”, explica o colaborador sênior do Centro PIR e professor da Academia de Ciências Militares, Vadim Koziulin.

“Informações foram provavelmente trocadas não só na área de aviação, mas também nas ações em terra, de modo que os lados não atacassem uns aos outros”, disse. “Os políticos são incapazes de admitir devido à complexidade atual das relações entre Rússia e EUA.

Com material do jornal Izvéstia

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