Siberianos desenvolvem pele humana artificial a partir do prepúcio

Procedimento requer apenas dupla de cientistas

Procedimento requer apenas dupla de cientistas

Shutterstock/Legion Media
Com a ajuda de células de prepúcio, cientistas esperam produzir uma pele humana artificial que possa ser usada em testes pela indústria de cosméticos. Iniciativa pode poupar vida de milhões de animais, que morrem anualmente em procedimentos.

Cientistas de Novosibirsk, no sul da Sibéria, desenvolveram um sistema para extrair células do prepúcio e, com o material coletado, produzir uma pele humana artificial.

“Nós usamos pele que os pacientes não precisam e que é removida por questões cosméticas ou complicações urológicas”, explica Aleksandr Rusanov, vice-diretor da Perspektiva, organização de pesquisa não comercial responsável pelos testes.

Os pesquisadores do instituto siberiano receberam quase US$ 540 mil de subsídio do Ministério da Educação e Ciência russo.

Pronto em 14 dias

As células do prepúcio dividem-se mais rapidamente e de forma mais ativa que as de outras partes do corpo. “Graças a isso, produzimos material celular a um ritmo mais rápido e em maiores quantidades”, diz Rusanov.

O material biológico coletado durante a cirurgia estética é imediatamente entregue ao laboratório, onde as células serão desenvolvidas ao longo de um período de 14 dias.

Os fragmentos de pele artificial resultantes do experimento tem uma área de um terço de milímetro. Embora os cientistas garantam ser possível produzir um pedaço maior, esse tamanho já seria suficiente para testar perfumes, cremes e pomadas.

A pele artificial é quase idêntica à humana, mas não contém quaisquer imperfeições e duplica uma camada completamente uniforme.

A Perspektiva prevê o desenvolvimento de 100 a 200 amostras por semana. Cada uma tem preço estimado em cerca de US$ 16.

Salvando coelhos

Cerca de 100 milhões de animais morrem anualmente ao redor do globo em testes de substâncias diversas, de acordo com ONGs do setor.

Mais comuns nesses experimentos, os coelhos são mantidos em gaiolas por semanas e normalmente mortos logo após o fim dos testes.

Além disso, segundo Rusanov, esses testes com animais não são inteiramente confiáveis e precisos. “Os resultados de experimentos com animais não podem ser exagerados para humanos; somos espécies diferentes e reagimos de maneira diferente a uma série de fatores”, diz.

“A nova pele artificial que desenvolvemos permite obter resultados mais confiáveis, porque estamos trabalhando com células de pele humanas reais”, acrescenta o cientista.

A pele artificial siberiana não pode, porém, ser utilizada em transplantes, porque, embora o procedimento use células humanas, a pele artificial não imita a estrutura complexa da verdadeira pele humana.

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