Google Glass poderá ajudar a identificar doenças cerebrais

Futuro software  custará cerca de US$ 27.500, segundo desenvolvedores

Futuro software custará cerca de US$ 27.500, segundo desenvolvedores

Reuters
Pesquisadores russos usam tecnologia para estudar como pessoas saudáveis e pacientes à realidade virtual. Método poderá auxiliar no diagnóstico precoce de Parkinson e Alzheimer, entre outras doenças que acometem o cérebro.

Cientistas siberianos estão desenvolvendo um software de testes virtuais para determinar a predisposição de uma pessoa a certas doenças cerebrais. O procedimento poderia ser usado em crianças a partir dos cinco anos de idade.

Por meio dos óculos conectados Google Glass, os pesquisadores da Universidade Politécnica de Tomsk e da Universidade Estatal de Medicina de Sibéria estão estudando como pessoas saudáveis e pacientes reagem à realidade virtual.

“Avaliamos a condição dos músculos, do cérebro e do sistema vestibular, e há uma diferença entre a reação do sistema vestibular em pessoas saudáveis ​​e em pessoas doentes”, diz Ivan Tolmatchev, um dos desenvolvedores do procedimento.

O teste foi realizado com 70 pessoas – 30 indivíduos saudáveis, 20 pacientes com Parkinson e 20 pessoas que sofrem de esclerose. O principal objetivo do estudo é coletar uma grande quantidade de dados médicos de acordo com vários parâmetros.

A próxima etapa é desenvolver um software especial, que, segundo Tolmatchev, custará cerca de US$ 27.500 e exigirá certificação, além de testes clínicos adicionais.

Os cientistas também planejam trabalhar com crianças de cinco anos em diante para estudar se há predisposição a alguma doença cerebral.

Apesar dos avanços, o pesquisador do Instituto de Biomedicina Translacional da Universidade Estadual de São Petersburgo Evguêni Blagoveschenski acredita ser muito cedo para usar o sistema de testes de realidade virtual em clínicas.

“É preciso estudar mais pacientes, e é importante que estejam com boa saúde porque um simples resfriado pode distorcer os resultados”, diz.

Pesquisa alemã

Em outubro de 2015, cientistas de uma clínica em Bonn, na Alemanha, realizaram testes para identificar doenças cerebrais com a ajuda de realidade virtual.

Segundo Nikolai Axmacher, professor do Instituto de Neurociências Cognitivas e diretor do projeto, os testes não analisaram, porém, os movimentos dos pacientes, mas suas atividades cerebrais.

No estudo, os pacientes fizeram um teste virtual com telas de TV conectadas a um scanner de ressonância magnética funcional. O corpo dos participantes não se movia de fato; em vez disso, controlavam os movimentos virtuais por meio de um botão.

A ideia era que, se o paciente fosse propenso a uma doença cerebral, a atividade das células responsáveis pela coordenação seria enfraquecida ou completamente ausente.

No entanto, os cientistas alemães também não estão prontos para usar o procedimento em uma escala comercial mais ampla. O principal desafio, segundo os autores, ainda é reduzir o tempo gasto com a digitalização. “Por enquanto, leva 75 minutos, e isso é mais do que os pacientes podem tolerar”, explica Axmacher.

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