Técnica poderá aumentar expectativa de vida em pelo menos 30%

Testes com animais demonstraram ainda aumento de vida reprodutiva

Testes com animais demonstraram ainda aumento de vida reprodutiva

Panthermedia/Vostock-photo
Procedimento é baseado na autotransfusão de células da medula óssea. Biofísico russo que idealizou técnica é atualmente cobaia de seu próprio estudo.

Aleksêi Karnaukhov, pesquisador sênior no Instituto de Biofísica Celular, tem 55 anos, mas pretende viver mais 100, graças a sua nova descoberta.

Em meados de outubro, o cientista virou cobaia do próprio experimento, baseado no uso de células da medula para aumentar a longevidade e a qualidade de vida.

No procedimento, médicos extraíram cerca de 100 mililitros de sua medula óssea, que foram posteriormente congelados e armazenados em um criabanco (banco de células-tronco). Daqui alguns anos, as células serão recolocadas de volta em seu corpo.

Apesar da técnica incomum, o pesquisador tem esperança de sucesso.

“Eu me sinto bem, considerando minha idade e a cirurgia”, disse Karnaukhov à Gazeta Russa.

Fonte própria

Com 55 anos, Karnaukhov almeja, pelo menos, mais 100 de vida Foto: FacebookCom 55 anos, Karnaukhov almeja, pelo menos, mais 100 de vida Foto: Facebook

Karnaukhov acredita que pessoas idosas possam receber um transplante com suas próprias células de medula óssea, desde que não estejam danificadas.

Embora a biotecnologia ainda não permita devolver o vigor da juventude, o cientista afirma que o tratamento natural possibilitará que seu corpo mantenha a vitalidade de um homem na faixa dos 50 anos de idade.

No entanto, segundo o pesquisador, não seria seguro rejuvenescer artificialmente as próprias células, o que torna seu processo natural não só mais seguro, como eficaz.

“As células artificialmente ativadas têm um grande número de erros genômicos que podem desempenhar um papel negativo e matar o paciente, por exemplo, provocando um tumor”, explicou Karnaukhov.

“Se seguirmos meu procedimento e reintroduzirmos células-tronco jovens com muito menos erros, elas poderão encontrar seu lugar no corpo e produzir a quantidade necessária de material celular, restaurando gradualmente a saúde.”

Mais 30% de vida

Os testes relacionados ao procedimento começaram há cerca de 10 anos. Em 2013, os primeiros resultados mostraram que a vida média dos ratos havia aumentado em 34%.

“O resultado foi muito interessante – a vida reprodutiva havia aumentado”, relatou Karnaukhov.

“Fazendo um comparativo com humanos, os ratos fêmeas deram à luz com 60 anos. Elas ficaram mais ativas e pareciam mais jovens; a pele tornou-se mais brilhante e macia. Não criamos quaisquer condições especiais para os ratos de laboratório”, disse.

Há dois anos, em conjunto com especialistas da Universidade Estatal de Medicina de Moscou Schenov, Karnaukhov lançou um novo projeto para estudar o impacto de sua tecnologia sobre a expectativa de vida dos ratos.

Embora o experimento esteja em curso, já foi constatado um aumento de, pelo menos, 30% no tempo de vida dos animais.

Segundo Karnaukhov, devido a sua inocuidade, o procedimento poderá ser utilizado, futuramente, por qualquer pessoa.

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