Instituto em Moscou faz parceria com Facebook em projeto de tecnologia

Parte de equipe da MFTI que atuará em parceria com Facebook

Parte de equipe da MFTI que atuará em parceria com Facebook

Divulgação
Nove países participam de programa do Facebook para desenvolver inteligência artificial. Rede social não deterá direitos exclusivos sobre descobertas.

Em entrevista exclusiva à Gazeta Russa, o diretor de pesquisas de inteligência artificial do Facebook, Yann LeCun, anunciou que o Instituto de Física e Tecnologia de Moscou (da sigla em inglês, MFTI) unirá esforços com outros 14 centros de pesquisa mundiais em um programa global de pesquisa lançado pela rede social.

Todos os envolvidos no programa receberão acesso a 22 servidores de alta performance baseados em GPUs (ou unidades de processamento gráfico). Em troca, os cientistas participantes terão que publicar abertamente seus resultados, algoritmos e outras informações obtidas na investigação.

“Os critérios de seleção [dos institutos científicos do projeto] inclui a qualidade e utilidade de pesquisas passadas, bem como a diversidade geográfica e a necessidade da equipe de recursos adicionais”, disse LeCun.

Além do MFTI, em Moscou, as outras 14 instituições se encontram em países como Alemanha, Áustria, Bélgica, França, Itália, Reino Unido, República Tcheca e Suíça.

Os membros do projeto estão realizando pesquisas em diversas áreas da inteligência artificial, entre elas redes neurais, visão computacional e sistemas de aprendizado por máquina. A lista completa de envolvidos está disponível no blog do Facebook.

Robôs autossuficientes

Segundo Mikhail Burtsev, chefe do laboratório de Redes Neurais e Aprendizagem Profunda do MFTI, a possibilidade de fazer descobertas revolucionárias em seu centro é extremamente dependente da velocidade de processamento de grandes quantidades de dados.

“O novo equipamento permitirá, assim, a realização de experimentos com mais rapidez”, diz Burtsev. “Como resultado, novas possibilidades na área de inteligência artificial serão descoberto mais cedo”, completa.

O laboratório do MFTI está trabalhando em um sistema de diálogo em redes neurais artificiais –  um conjunto de algoritmos capazes de manter um diálogo significativo com um ser humano em determinados temas. A tecnologia poderá vira a ser usada, por exemplo, em call centers de suporte técnico, lojas e serviços de informação.

Outra área de pesquisa é a aprendizagem por reforço (feedback), que se difere da aprendizagem em rede neural quando os exemplos para solucionar um problema são desconhecidos e existe apenas uma estimativa de sucesso de ações específicas.

Um programa ou um robô tenta diferentes estratégias para obter o “desejado” (reforço positivo), ou para evitar a “punição” (negativo). Desse modo, sistemas de inteligência artificial aprendem a compreender melhor o ser humano, tornando-se autossuficientes e capazes de fazer planos e tomar decisões.

“Essa pesquisa poderá ser usada para a automação de várias atividades – interação com clientes, jogos on-line, logística, ou gestão de sistemas técnicos complexos”, prevê o vice-chefe do laboratório, Vladislav Beliaiev.

Sem direitos exclusivos

O programa estabelecido pela rede social norte-americana fornece não só servidores e software, mas trabalho conjunto com os participantes em suas pesquisas. “Além disso, haverá estágios para estudantes e jovens cientistas das universidades envolvidas”, adianta LeCun.

O Facebook, que não vai direitos exclusivos sobre os resultados das pesquisas, já vem usando inteligência artificial em seus produtos.

Um dos exemplos é a tecnologia DeepText AI, que consegue determinar o significado de uma publicação ou comentário e aprende a bloquear mensagens ofensivas.

“O reconhecimento de imagens e vídeos é prioridade para o desenvolvimento de recursos de inteligência artificial no Facebook, assim como a compreensão e a tradução de línguas”, finaliza LeCun.

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