Leopardos são devolvidos a habitat natural no Cáucaso

Filhotes aprendem a caçar antes de serem soltos na selva

Filhotes aprendem a caçar antes de serem soltos na selva

WWF
Felinos foram soltos como parte do programa de reintrodução da espécie. Treinamento foi iniciado há quase uma década e cuidados para mantê-los na selva são muitos.

Três leopardos foram soltos nas montanhas do Cáucaso russo no último dia 15 de julho. Os animais, chamados Akhun, Viktória e Killi,  têm seus movimentos monitorados por coleiras via satélite, e devem se tornar os progenitores da população que os biólogos pretendem restabelecer nessa região.

O programa de devolução do leopardo-persa (também chamado de leopardo-caucasiano) é desenvolvido desde 2007 pelos serviços ambientais estatais, em parceria com a ONG WWF, com a finalidade de retornar os felinos ao seu habitat natural.

Como parte da iniciativa começou também a construção de um o Centro de Criação do Leopardo, em Sôtchi. Neste local, os felinos, incluindo os predadores recém-soltos, aprendem são habilitados a viver em condições naturais. “Não se pode soltar em seu habitat natural um animal que esteve confinado em pois ele não sabe caçar e não tem medo”, explica um dos envolvidos.

Embora haja relatos do final do século 19 e início do 20 de que “os leopardos não são uma raridade”, segundo descreveu o geógrafo russo e pesquisador da natureza do Cáucaso, Nikolai Dinnik, esses animais praticamente haviam desaparecido dessa região já na década de 1950.

Antes mesmo do regime soviético foi dada autorização para aniquilar leopardos, valendo-se de qualquer recursos. Na época, moradores locais atiravam neles e espalhavam carne envenenada.

Fonte: YouTube/wwfrussia

De 4 para 3

Para que os leopardos pudessem ser soltos, os três tiveram, porém, que passar por uma avaliação. Quatro animais participaram do teste, e cada um deles deveria caçar uma corça, um veado ou um carneiro, bem como demonstrar que compreendia o perigo representado pelas pessoas.

A primeira tarefa foi cumprida por todos, mas, no segundo desafio, um dos leopardos não apresentou resultados satisfatórios: ele aproximava-se das pessoas com excessiva calma e curiosidade.

Sinbad, o quarto leopardo, que não foi liberado, chegou ao Centro de Criação oriundo de um zoológico francês. “Sinbad foi trazido com dois anos de idade e já estava acostumado com as pessoas. Se não conseguirmos reeducá-lo, então ele permanecerá no centro para reprodução", disse à Gazeta Russa a coordenadora do projeto de conservação de espécies da WWF, Natália Dronova.

Vida na selva

Os zoólogos também tentaram minimizar os perigos a que estarão expostos os leopardos libertos. Durante quase dez anos, foram criadas condições locais para que aumentasse o número de ungulados, que funcionam como presas.

A população da região também foi informada da responsabilidade penal pela caça ilegal, assim como vem sendo dado destaque à importância do leopardo como um símbolo do Cáucaso.

“Para que a população se torne estável, isto é, seja capaz de se reproduzir por si só, devem habitar na região, no mínimo, 50 indivíduos sexualmente maduros. Esse é o objetivo do nosso programa", diz Ígor Tchestin, diretor da WWF Rússia.

Todos os leopardos soltos usam coleiras com rastreador GPS para monitorar sua localização por meio de sinal de satélite. Na área que supostamente será habitada pelos predadores foram instaladas 24 armadilhas fotográficas (câmeras ativadas à distância para fotografar animais em estado selvagem com a menor interferência humana). Também foi criada uma equipe de reação imediata que ajudará os leopardos em situações de emergência.

WWF
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Aleksêi Nikolski/RIA Nôvosti
 
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